Os ataques aéreos da coalizão, que apoia militarmente as forças pró-governo iemenitas desde 2015 em sua guerra contra os rebeldes, causaram enormes explosões e nuvens de fumaça em Sanaa
A coalizão militar liderada pela Arábia Saudita lançou, neste domingo, ataques aéreos contra a capital do Iêmen, Sanaa, sob controle dos houthis, após interceptar 12 drones lançados pelos rebeldes, informou a mídia estatal. “A operação militar tem como alvo as capacidades militares dos houthis em Sanaa e outras províncias”, relatou a coalizão, de acordo com a agência de notícias saudita SPA.
Os ataques aéreos da coalizão, que apoia militarmente as forças pró-governo iemenitas desde 2015 em sua guerra contra os rebeldes, causaram enormes explosões e nuvens de fumaça em Sanaa, constatou a AFP. Os houthis relataram sete bombardeios na capital.
De acordo com a coalizão, os drones foram direcionados contra alvos “civis”, acrescentou a SPA, sem fornecer mais detalhes. Após os bombardeios contra Sanaa, a coalizão liderada por Riade disse que alvejar civis é “uma linha vermelha”.
Esse aumento da violência ocorre no momento em que o governo americano de Joe Biden instou os houthis a diminuírem a escalada após removê-los da lista de “organizações terroristas” para não impedir a entrega de ajuda humanitária ao Iêmen.
Mas “a retirada dos houthis da lista dos grupos terroristas foi interpretada de forma hostil pela milícia” dos houthis, segundo afirmou a coalizão citada pela SPA. As “vitórias” das forças pró-governo sobre os houthis em Marib levaram os rebeldes a intensificar seus ataques ao reino, acrescentou.
No sábado, fontes militares do governo relataram pelo menos 90 combatentes mortos em ambos os lados em 24 horas em confrontos em Marib. Os houthis estão tentando há um mês tomar esta cidade estratégica das forças iemenitas apoiadas pela Força Aérea saudita. Os rebeldes, por sua vez, são apoiados pelo Irã, o grande rival de Riade na região. Mas Teerã nega fornecer armas aos houthis.
Tendo deixado seu reduto no norte do Iêmen em 2014, os rebeldes assumiram o controle de vastas regiões, incluindo a capital Sanaa e a cidade portuária de Hodeida (oeste). Provenientes da importante minoria zaidita, eles se consideravam marginalizados pelo governo central.
Anos de bombardeios não conseguiram abalar o controle dos houthis sobre Sanaa e a captura de Marib pelos rebeldes seria um revés doloroso para o poder iemenita e seu aliado saudita. A guerra no Iêmen custou dezenas de milhares de vidas, de acordo com várias ONGs internacionais, e levou à pior crise humanitária do mundo hoje, segundo a ONU.
Pouco depois de chegar à Casa Branca, Joe Biden anunciou o fim do apoio dos EUA à campanha militar saudita no Iêmen, dizendo que ela havia “criado uma catástrofe humanitária e estratégica”. Mas também reafirmou o apoio de Washington à Arábia Saudita na defesa de seu território.