Não há vacina suficiente no momento para atender aqueles que estão em maior risco”, afirmou Mike Ryan
A Organização Mundial da Saúde (OMS) presta consultoria de gerenciamento de risco ao Comitê Olímpico Internacional (COI) e às autoridades japonesas em relação à realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio, mas a principal prioridade é vacinar profissionais de saúde em todo o mundo contra o novo coronavírus (Covid-19), disse nesta segunda-feira o principal especialista em emergências do órgão.
O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, mantém o compromisso do governo de sediar os Jogos este ano, e autoridades rejeitaram na semana passada uma reportagem do jornal britânico Times que dizia que Tóquio havia abandonado a esperança de realizar o evento em 2021.
O chefe de emergências da OMS, Mike Ryan, questionado se os atletas devem ser vacinados como prioridade, disse em uma coletiva de imprensa: “Temos que encarar a realidade do que enfrentamos agora. Não há vacina suficiente no momento para atender aqueles que estão em maior risco”, afirmou. “Enfrentamos agora uma crise em escala global que exige que os profissionais de saúde da linha de frente, os idosos e os mais vulneráveis em nossas sociedades tenham acesso à vacina primeiro”, acrescentou.
O início dos Jogos está previsto para 23 de julho, após adiamento de um ano por causa da pandemia do novo coronavírus. A OMS vai trabalhar com o COI, a cidade de Tóquio e o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão como parte da força-tarefa para “oferecer conselhos de gestão de risco durante o processo”, disse Ryan.
“A decisão final sobre as medidas de gerenciamento de risco para a Olimpíada, e a decisão final sobre a própria Olimpíada, é uma decisão do COI e das autoridades japonesas”, afirmou.