Livro “A História da Inovação em 50 Acordos” lista algumas das invenções mais importantes ao longo de milhares de anos
É impossível eleger a invenção mais relevante. Ter de escolher entre o motor a combustão, o telégrafo, Alan Turing, a máquina de costura, o Google, o computador, o container marítimo, o airbus, a lâmpada, o GPS e as células tronco, entre tantos, é um despropósito. Igualmente impensável seria apontar o indivíduo, objeto, artefato ou equipamento mais admirável. Muitas invenções ficaram de fora devido a critérios editoriais, mas as que foram apresentadas são reveladoras da inventiva mente humana retratada no livro “A História da Inovação em 50 Acordos”, que convida o leitor a refletir sobre a jornada engenhosa do homem no planeta.
Um desses momentos ilumina a figura de Johannes Gutenberg, que revolucionou a reprodução de informação em 1450. Ele convenceu Johann Fust, um rico financiador, a emprestar 800 florins e desenvolveu um sistema mecânico de tipos (letras) móveis que deu início à revolução da imprensa, que por muitos foi considerado o invento mais importante do segundo milênio. No lugar de ter blocos de madeira, utilizados durante séculos, o inventor lançou mão de tipos móveis para imprimir textos. Nada mais eram que símbolos gráficos (letras, números) moldados em chumbo. O molde desses tipos recebia uma camada de tinta e poderia imprimir inúmeras cópias de um mesmo texto em questão de horas. A elaboração manual dos livros demandava enorme carga horária. Com o equipamento esse tempo foi amplamente reduzido, rompendo com um ciclo histórico que circunscrevia o acesso a produção de informação e conhecimento a pouquíssimos eleitos.
Esse limite foi superado por um indivíduo visionário, inventor e que dominava a ourivesaria, um tipo de manipulação artesanal de ouro ou a prata com valor monetário e artístico. As tecnologias de impressão baseadas no design de Gutenberg se espalharam rapidamente pela Europa. O impacto foi espantoso. Para ter ideia da importância do fato, pouco mais de 60 anos depois, a Reforma Protestante se viabilizou com os panfletos de Martim Lutero. Porém, demorou mais de 500 anos para o homem trocar o átomo do papel pelo bit da digitalização.
O espírito inventivo de Gutenberg fez a informação circular numa velocidade como jamais se imaginara. A tecnologia possibilitou a disseminação muito mais rápida de informações e abriu espaço para aumentar as taxas de alfabetização. A iniciativa de Gutenberg foi um poderoso catalisador para a revolução da ciência que estava por vir, uma rica teia de inovações industriais e sociais lastreada na matemática, física, astronomia e biologia.
O livro é editado pela empresa DocuSign, um conhecido serviço que permite que usuários assinarem documentos de forma digital. Os textos sobre o Marco Civil da Internet são de autoria de Demo Getscko, do Comitê Gestor da Internet e diretor-presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto.BR e da jornalista Cristina de Luca.
Os disruptores e os agentes de grandes mudanças:
1455 – Bíblia de Gutenberg
1856 – Telégrafo
1888 – Tesla
1891 – Marie Curie
1893 – Diesel
1906 – Comunicação de imprensa
1913 – Ford
1935 – Motor turbo-junto
1955 – Conteiner maritmo
1967 – Airbus
Correio do Povo