Resultado foi puxado bela baixa no preço de passagens aéreas
A prévia da inflação registrou o menor patamar para o mês de junho desde 2006, quando a taxa era de -0,15%, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O indicador variou 0,02% frente a maio (-0,59%). Em junho, diversos estados do país já enfrentam o isolamento social por três meses como forma de tentar frear a disseminação do coronavírus e sentem os impactos da pandemia na economia.
Os combustíveis ficaram mais baratos aos brasileiros pelo quarto mês consecutivo, com queda de 0,17% na gasolina, 4,39% para ao diesel e -0,49% para o etanol. Já o gás veicular ficou mais caro, passando de -1,21% em maio para 0,84% em junho. De janeiro a junho deste ano, a prévia da inflação acumula alta de 0,37% e de 1,92% nos últimos 12 meses.
Alimentação mais cara
Comprar comida pesou mais no bolso dos brasileiros em junho, já que o grupo de alimentação e bebidas (0,47%) foi o com o maior impacto positivo no IPCA-15. Os itens com maiores altas foram a batata-inglesa (16,84%), as carnes (1,08%), a cebola (14,05%) e o feijão-carioca (9,38%). Comer fora de casa também ficou mais caro em junho (0,26%), especialmente por conta do lanche (0,82%), cujos preços haviam subido 0,64% no mês anterior.
Para quem decidiu economizar, as melhores escolhas foram o tomate (-12,36%), a cenoura (-12,05%) e as frutas (-0,80%).
Prévia da inflação trimestral
O IBGE também divulgou nesta quinta o IPCA-E, que é o acumulado trimestral do IPCA-15. Segundo a pesquisa, a prévia da inflação recuou 0,58% de abril a junho deste ano, o menor patamar para o indicador desde setembro de 1998 (-0,92%). No mesmo trimestre de 2019, o indicador ficou em 1,13%.
Metodologia da pesquisa
Os dados do IPCA-15 foram coletados de 15 de maio a 15 de junho e comparados com aqueles vigentes de 15 de abril a 14 de maio de 2020.
O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, que mede a inflação oficial do país, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.