Procon de Porto Alegre registrou, entre março e abril, um aumento de 26% de reclamações, na comparação com janeiro e fevereiro
Escrivaninhas, mesas da sala ou da cozinha e até balcões são improvisados para que as pessoas trabalhem de forma remota. Foi como o corretor Pedro Corrêa, 44 anos, encontrou a forma de seguir com sua atividade mesmo durante a pandemia. O que o tira do sério são as constantes quedas no sinal do wi-fi na sua casa. “É uma mesma empresa que fornece internet para todo o condomínio. Entendo que o pessoal está usando mais, mas deviam estar preparados”, opina. Professora do Ensino Fundamental, Alice Fonseca, 38, faz transmissões ao vivo diárias e já passou por infortúnios. “Meu sinal caiu, do nada, no meio de uma live e demorou a voltar”, lembra.
No mês passado, a Anatel recomendou que as operadoras ampliassem a capacidade de internet por conta da crise do novo coronavírus. No entanto, o especialista em Comunicação e Tecnologia, Marcos Aurélio Sander, lembra que o formato que mais demanda a banda larga é o vídeo, mais utilizado durante a quarentena. “As crianças, que não estão na escola, assistem mais desenhos. Sem falar que os pais também precisam deste artificio, seja em teleconferências ou para divertimento mesmo, com o streaming”, explica. Segundo ele, o comportamento padrão de um consumidor de internet em um dia útil passa a ser semelhante a um domingo, por exemplo.
Algumas das maiores operadoras tomaram medidas para lidar com a mudança neste quesito. A Vivo informou a inclusão de um bônus de internet gratuito a quem utiliza a internet pelo aparelho celular. A Claro, Oi e Net anunciaram aumento gradativo na velocidade de banda larga para residências.
O uso da internet no Brasil está distribuído em 32,5 milhões de acessos na banda larga fixa e 226,7 milhões na rede móvel, de acordo com a Anatel. Nas classes D e E, 83% do acesso é móvel, ou seja, por meio de pacotes de celular limitados
Christian Bueller/Correio do Povo