Número de pacientes com síndrome respiratória aguda aumentou nas últimas semanas, afirma Fiocruz
Além de febre, tosse, e outros sintomas, elas têm dificuldade de respirar. A maior parte estava em São Paulo – 1.218. No ano passado, nesse mesmo período, houve 934 casos em todo o País. Já na semana em que o primeiro caso de coronavírus foi identificado no Brasil, em 25 de fevereiro, eram cerca de 660 pessoas nessa situação.
O InfoGripe é um monitoramento de todas as notificações de SRAG. Em geral, ele observa pico de casos em maio, quando a temperatura está mais baixa. O número de pacientes hospitalizados em fevereiro e março já é quatro vezes maior que durante o que ocorreu em todo o período sazonal de influenza (gripe comum) no ano passado. “A alta observada nas últimas duas semanas em parte deve ser por causa da chegada do novo coronavírus”, diz Marcelo Gomes, pesquisador em Saúde Pública do Programa de Computação Científica da Fiocruz e coordenador do InfoGripe.
Ele explica, porém, que isso não significa necessariamente que todos os casos de internação são causados pelo novo coronavírus. SRAG é uma definição que engloba doenças causadas também por outros vírus, como influenza e outros coronavírus conhecidos. Os casos de coronavírus no Brasil só têm sido conhecidos, na maioria das situações, depois que pacientes com SRAG são internados.
Segundo Gomes, desde o início do ano o volume de casos estava um pouco mais alto que o habitual, provavelmente por algum outro vírus. “Mas a mudança na velocidade de crescimento sugere algo novo. Como coincide com o crescimento dos casos confirmados de Covid-19 e a confirmação da transmissão comunitária, é grande a chance de que boa parte desses casos seja em função do novo vírus”, afirma.
As estimativas do sistema são feitas com base no número oficial de casos notificados, levando em conta o atraso típico entre a internação e o registro. O InfoGripe foi criado para ajudar os governos, e como um a resposta à pandemia de influenza H1N1, em 2009.