Decisão unânime do Copom corta a Selic novamente em 0,5 ponto percentual e renova menor patamar histórico dos juros da economia brasileira
A decisão pela redução da Selic foi aprovada novamente por unanimidade. Votaram o presidente do BC, Roberto Oliveira Campos Neto, e os diretores Bruno Serra Fernandes, Carolina de Assis Barros, Fábio Kanczuk, Fernanda Feitosa Nechio, João Manoel Pinho de Mello, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso e Paulo Sérgio Neves de Souza.
Ao justificar a decisão, o Copom afirma que “o processo de recuperação da economia brasileira ganhou tração, em relação ao observado até o primeiro trimestre” e avalia que o cenário “seguirá em ritmo gradual”.
O novo corte de 0,5 ponto percentual da Selic atende às expectativas do mercado financeiro e mantém a previsão estabelecida no último encontro do Copom. Agora, a expectativa do BC é de que a Selic ainda caia para 4,25% ao ano no início de 2020, mas encerre o período em 4,5% e se eleve até 6,25% ao ano em 2021.
“O Comitê enfatiza que seus próximos passos continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”, destaca o comunicado emitido junto com o anúncio.
O Copom avalia ainda que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira tem avançado, mas enfatiza que a persevação desse processo “é essencial para permitir a consolidação da queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia”.
Juros básicos
A Selic é conhecida como taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. A taxa é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.
Em linhas gerais, a Selic é taxa que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.
A taxa básica também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, próxima da meta estabelecida pelo governo. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.
Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.
Correio do Povo