CMN limitou a 8% ao mês juros cobrados no cheque especial a partir de 2020
A entidade, que participou do debate, sinalizou desconforto com a imposição de um teto nos juros da modalidade, uma das mais caras do País. “A Febraban considera positivas iniciativas para buscar maior eficiência e permitir a redução dos subsídios cruzados no sistema de crédito. Preocupa, entretanto, a adoção de limites oficiais e tabelamentos de preços de qualquer espécie”, destaca.
Impacto
O Bradesco BBI classificou as mudanças no cheque especial como um movimento “inesperado” e “sem precedentes” por parte do Banco Central. A instituição projeta que a medida terá um impacto entre 1% e 5% no lucro líquido dos grandes bancos em 2020.
Na visão dos analistas Victor Schabbel e Arthur Suelotto, as medidas anunciadas na quarta-feira têm um efeito que vai além do provável encolhimento no resultado do setor. “Igualmente ou mais importante que o impacto nos ganhos, é a mensagem (do Banco Central). Mesmo para nós, analistas, uma medida regulatória como essa foi inesperada”, avaliam, em relatório a clientes. “Indica que o Banco Central está realmente pressionando uma agenda dura para os bancos líderes.”
Para o Credit Suisse, a mudança tem potencial de redução do lucro líquido dos grandes bancos de até 3% em 2020. Para o sistema como um todo, o banco suíço estima impacto potencial entre R$ 2 bilhões e R$ 6 bilhões no próximo ano. “As receitas com juros mais baixos devem ser parcialmente compensadas pelo fato de os bancos poderem agora cobrar tarifas por limites pré-aprovados, sem mencionar a capacidade de reduzir o capital alocado no produto, se necessário”, avaliam os analistas Marcelo Telles, Otavio Tanganelli e Alonso Garcia, em relatório ao mercado.
Nas contas do Citi, as instituições podem ver suas receitas com a modalidade cheque especial caírem até R$ 24,5 bilhões no próximo ano. Por outro lado, os números devem ser atenuados com a autorização para a cobrança de tarifas de até 0,25% sobre os clientes que excederem R$ 500.
Correio do Povo