Promotora do Gaeco afirmou que Élcio de Queiroz entrou no condomínio com autorização de comparsa Ronnie Lessa
RIO DE JANEIRO
Na terça-feira (28), uma reportagem da TV Globo teve acesso ao depoimento do porteiro, no qual ele afirmou à policia que Élcio teria obtido autorização para entrar no local após interfonar para a casa 58, que pertence ao presidente da República Jair Bolsonaro.
Sibilio ressaltou ainda que o MP-RJ confirmou a informação a partir de provas técnicas, como o confronto vocálico realizado em gravações apreendidas na portaria.
“Por que o porteiro lançou o número 58 [no registro]? Pode ser por vários motivos, que serão apurados. O fato é que as ligações comprovam que é Ronnie Lessa quem autoriza e que Élcio vai para casa de Ronnie Lessa”, disse a promotora.
A promotora explicou que a movimentação de entrada no condomínio foi apurada durante a investigação sobre o vínculo entre os acusados de terem executado Marielle e Anderson.
Segundo Sibilio, a primeira prova de que os dois haviam se encontrado no dia 14 de março de 2018, minutos antes do crime, surgiu após peritos analisarem o telefone apreendido de Ronnie.
Os técnicos encontraram no aparelho uma foto da planilha do controle de acesso ao condomínio. A imagem foi enviada por Elaine Lessa, mulher do acusado, em janeiro deste ano, um dia antes de ele prestar depoimento, quando ainda estava em liberdade.
Com isso, os investigadores decidiram tomar o depoimento do porteiro. O caso foi levado ao STF (Supremo Tribunal Federal) em razão da citação a Bolsonaro.
De acordo com Simone Sibilio, o porteiro pode ser processado por falso testemunho
Marcelo Camargo/Agência Brasil