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sexta-feira 22 novembro 2024
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Câmara dos Deputados abre processo de impeachment contra Trump

Presidente da Casa disse que ações do chefe de Estado representa uma desonra à segurança nacional e traição à integridade das eleições

Pressionada pelo partido, Pelosi mudou posição e anunciou abertura de processo legal

Pressionada pelo partido, Pelosi mudou posição e anunciou abertura de processo legal 

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A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos abriu uma investigação de impeachment contra o presidente Donald Trump, preparando o cenário para um confronto monumental entre o Congresso e o presidente, a um ano das eleições de 2020. Com mais de uma dúzia de democratas moderados na Câmara ingressando na longa lista de pessoas que exigem um inquérito de cassação do mandato, a presidente da Casa, Nancy Pelosi – que se opunha à ideia de dar esse passo, – respondeu à crescente pressão do partido e disse que “o presidente deve ser responsabilizado” por sua conversa com autoridades da Ucrânia. “Ninguém está acima da lei”, afirmou.

Pelosi se reuniu em particular na terça-feira com os líderes dos seis principais comitês envolvidos nas investigações de Trump e, mais tarde, com toda a bancada democrata. “As ações tomadas até o momento pelo presidente violaram seriamente a Constituição”, disse ela depois de sair de uma reunião no Capitólio. “As ações da presidência de Trump revelaram fatos desonrosos da traição do presidente por seu juramento, traição à nossa segurança nacional e traição à integridade de nossas eleições. Portanto, estou anunciando que a Câmara dos Deputados está avançando com um inquérito oficial de impeachment. Estou orientando nossos seis comitês a prosseguir com suas investigações sob esse guarda-chuva de inquérito de impeachment”.

“Posso dizer com autoridade que as ações do governo Trump minam nossa segurança nacional e nossa inteligência e nossas proteções de denunciantes. As ações tomadas até o momento pelo presidente violaram seriamente a constituição, especialmente quando o presidente diz: “O artigo 2 ‘diz que posso fazer o que eu quiser'”, destacou.

Ela explicou que os democratas disseram que não criariam um comitê especial, como o do escândalo Watergate. Em vez disso, as investigações pendentes em seis comitês da Câmara continuarão, e as evidências mais fortes serão encaminhadas ao Comitê Judiciário, que examinará se deve escrever artigos de impeachment. Vários democratas disseram que o inquérito seria acelerado. Mas nenhuma linha do tempo foi discutida e vários parlamentares previram que a declaração formal de Pelosi, embora seja um passo histórico e grave, pode não mudar substancialmente o progresso diário das investigações.

Conversas com a Ucrânia motivaram medida

O Comitê Judiciário está conduzindo sua própria investigação de impeachment, focada nas conclusões do advogado especial, Robert S. Mueller III, bem como nas alegações de que Trump pode estar lucrando ilegalmente com gastos de governos estaduais e estrangeiros. Veio então, a revelação de conversas entre Trump e o presidente Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, nas quais Trump pressionou o líder estrangeiro a investigar o ex-vice-presidente Joe Biden, seu possível oponente na corrida presidencial de 2020, e seu filho, que trabalha em uma empresa de gás no país do leste europeu. Em troca, seriam oferecidos favores militares.

O conteúdo da conversa, que aconteceu em julho, não foi revelado. Segundo informações, essas ações desencadearam um denunciante não identificado na comunidade de inteligência a escrever uma queixa sobre o Trump. O Escritório do Diretor de Inteligência Nacional se recusou a compartilhar o conteúdo com o Congresso, algo obrigado por lei, iniciando uma batalha com os parlamentares democratas. Nesta terça, o Senado dos EUA também votou, por unanimidade, que o denunciante seja apresentado ao Congresso.

Correio do Povo




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