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sábado 23 novembro 2024
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Memórias Sarandi 20- Sons da cidade – Humberto Paris

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, multidão e atividades ao ar livre

Fotos Acervo Rogério Machado

MEMÓRIAS DE SARANDI 20

Época: Antigamente

Humberto Tesser Paris

SONS DA CIDADE

A pacata Sarandi de antigamente era despertada de seu silêncio por vários sons que eram produzidos por diversos fatores. Alguns sons eram ouvidos em toda a cidade:

– A Cooperativa tocava sua sirene como a avisar a população para procurar abrigo, em vista de um iminente ataque aéreo.

– O Frigorífico antigo com seu apito, avisava a todos a chegada do trem que nunca veio.

– A Igreja, com a ajuda do Guilherme, badalava seus sinos marcando os horários das missas. Posteriormente foi adicionada música em auto-falantes externos.

 

Havia uma em especial que me emocionava muito.- O Cinema tocava música, prevenindo a todos sobre a hora da sessão. Ao tocar O Guarani, de Carlos Gomes, era hora de apressarem-se, pois o filme já ia começar.

Enquanto outros sons atingiam locais mais específicos.

 

 

A imagem pode conter: casa, céu, árvore, atividades ao ar livre e natureza

 

– O Colégio das Freiras tocava uma sineta, que, devido a proximidade, parecia que estava dentro da minha casa. As freiras também tinham um cachorro de grande porte que latia na noites frias, quebrando o silêncio e motivando a criatividade imaginativa.

– A britadeira, que funcionava atrás da igreja, perto da gruta, lançava seu som a longa distância, quando estava em uso.

Nunca entendi porque ela foi instalada encima do morro. Talvez pretendessem rebaixá-lo.

– Nas noites chuvosas, havia uma infinidade de coaxar de sapos, rãs e insetos variados.

– Nos dias antes da chuva, os rabo-de-palha cantavam felizes seus tuí-tuí-tuí encima dos chorões.

– além dos diversos passarinhos: quero-quero, canário, pomba-rola, coleirinho, sabiá, corruíra, sabiá…




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