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quinta-feira 21 novembro 2024
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Bolsonaro acusa grupo terrorista de ter matado pai de presidente da OAB

Em live, presidente voltou a tocar no assunto e disse que não quer polemizar com Felipe Santa Cruz

Em live cortando o cabelo, Bolsonaro voltou a falar sobre o desaparecimento do pai do presidente da OAB

| Foto: Reprodução / CP

Em live cortando o cabelo, Bolsonaro voltou a falar sobre o desaparecimento do pai do presidente da OAB

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, foi morto por guerrilheiros na época da ditadura militar. Pela manhã, em uma entrevista na porta do Palácio do Alvorada, Bolsonaro disse que sabia como Fernando – o pai de Felipe – havia desaparecido.

“O pai do Santa Cruz integrava a Ação Popular do Recife, era o grupo terrorista mais sanguinário que tinha. E esse pessoal tinha algumas ramificações pelo Brasil, tinha uma grande no Rio de Janeiro. O pai dele, bastante jovem ainda, veio para o Rio de Janeiro. (…) O pessoal da AP no Rio de Janeiro ficou, primeiro, estupefato:  ‘como é que pode esse cara vir do Recife se encontrar conosco aqui?’ O contato não seria com ele, seria com a cúpula da Ação Popular de Recife. E eles resolveram sumir com o pai do Santa Cruz. Essa é a informação que eu tive na época sobre esse episódio. Por que, qual é a tendência? ‘Se ele sabe, nós não podemos ser descobertos’. Existia essa guerra naquele momento. Isso que aconteceu, não foram militares que mataram ele não. É muito fácil culpar os militares por tudo o que acontece”, disse o presidente durante uma transmissão ao vivo em sua página no Facebook, na qual ele apareceu cortando o cabelo.

A fala da manhã de Bolsonaro foi repudiada em nota oficial da OAB, que expressou solidariedade à família de Santa Cruz e ao advogado “atingidos por manifestações excessivas e de frivolidade extrema do Senhor Presidente da República”. No Rio Grande do Sul, a Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris) também se manifestou por meio de uma nota. “As afirmações do presidente da República insultam o advogado Felipe Santa Cruz, pela rememoração de um episódio por cedo trágico em sua experiência pessoal, bem como representam a conspurcação das leis e da Constituição brasileira, visto que tendentes a justificar a tortura e a morte cometidas por agentes do Estado, quando, em absolutamente nenhum caso, a tortura e a morte podem ultrapassar a categoria de insuplantável interdito”.

Ainda na live, Bolsonaro ressaltou que não quer “polemizar” com o presidente da OAB e que apenas expressou uma divergência. “Não quero polemizar com ninguém, não quero mexer com os sentimentos do senhor Santa Cruz porque não tenho nada pessoal contra ele. Eu acho que ele está equivocado em acreditar em uma versão apenas do fato. Ele tem todo direito de me criticar, mas essa é a versão minha, de quem participou ativamente do nosso lado, na época”, acrescentou.

Correio do Povo




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