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sexta-feira 22 novembro 2024
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Memorias de Sarandi 13 – As Ruas da cidade(Humberto Paris)

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MEMÓRIAS DE SARANDI 13

Época: Final da Década de 1960

Humberto Tesser Paris

AS RUAS DE SARANDI

Sarandi na década de 1960 e posteriores tinha praticamente todas suas ruas calçadas com paralelepípedos irregulares, com exceção das avenidas e alguns trecho de outras ruas.

Os pneus de carros e bicicletas eram deixados propositalmente um pouco murchos, para amenizar a vibração causada pelo contato destes com a superfície do calçamento. Porém, os pneus de bicicletas corriam risco constante de bater em um bico de pedra e furar a câmera.

AS BICICLETAS

Minha bicicleta, uma Monark pneu balão, aro 24, foi comprada na Eletrolar, de propriedade do Toloti, que ficava na esquina ao lado do Clube Harmonia. Isso foi um presente do meu irmão Tonho (Leopoldo Antonio Paris), a quem agradeço muito.

Passei a fazer parte do grupo que tinha bicicleta no centro da cidade e o QG era na casa do meu amigo e colega do Ginásio Tonho Mazoco. O Tonho sabia tudo de bicicleta e eu aprendi muito com ele. Ao lado de sua casa havia uma espécie de garagem muito grande e era onde o seu Afonso estacionava o seu Ford F600. Mas sobrava muito espaço pra gente lidar com as bici. Aprendi a desmontar, lavar as peças e montá-las, na época que o freio era no pedal. Também aprendi a consertar pneus furados e saber quais os melhores remendos. Aqueles que duravam mais.

O ASFALTO E AS BICICLETAS

Com a chegada do asfalto em sarandi, na segunda metade da década de 1960, a entrada principal da cidade passou a ser a Rua Duque de Caxias, no trevo da Cooperativa. Esta rua, mais a rua João Tesser e uma quadra da avenida Expedicionário, próximo ao colégio das freiras, receberam asfalto, embora mais parecesse que esqueceram de colocar a última camada.

Não demorou muito para os ciclistas da cidade perceberem que o asfalto era muito bom para andar, não havendo aqueles solavancos costumeiros das ruas de paralelepípedos.

Em especial, a rua Duque de Caxias, que tem um declive bem acentuado, passou a chamar a atenção. Na descida a partir do topo da rua, em direção ao trevo, havia um trecho que ficava quase plano e depois descia bruscamente, provocando um frio na barriga. MAS, um ciclista que passou por lá, resolveu dar o nome de “Lomba do esfria saco”. Tenho quase certeza absoluta que foi o Tonho Mazoco o autor.

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