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terça-feira 3 dezembro 2024
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Marcelo Freitas é escolhido relator da reforma da Previdência na CCJ

Parlamentares aguardam agora a ida do ministro Paulo Guedes para audiência

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Felipe Francischini (PSL-PR), anunciou nesta quinta-feira o nome do relator da reforma da Previdência na comissão. O escolhido foi o deputado Marcelo Freitas (PSL-MG). Anteriormente, o presidente da CCJ havia declarado que o relator seria escolhido apenas depois da ida do ministro da Economia, Paulo Guedes, ao colegiado.

Francischini disse que esperou o momento propício para fazer o anúncio do relator, já que hoje há “união de forças e consenso dentro do Congresso Nacional e também junto ao governo”. Ele aproveitou para detalhar o calendário da análise da proposta na CCJ. Na próxima quarta-feira, o colegiado vai receber o ministro da Economia, Paulo Guedes; na quinta-feira, a PEC será discutida em audiência pública com juristas. Na segunda semana de abril, ocorrerá a leitura do parecer. Franciscini reafirmou que pretende votar a reforma da Previdência na CCJ em 17 de abril.

O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e o presidente da CCJ, deputado Felipe Francischini (PSL-PR) fizeram uma reunião para discutir o tema. Participam também da reunião o secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, e a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP).

Clima amistoso entre Executivo e Legislativo

A quinta-feira foi um de cordialidade e troca de gentilezas entre o governo e o Legislativo, cenário bem diferente dos últimos dias. Logo cedo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que as divergências com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foram uma “chuva de verão”, mas, agora, “o céu está lindo” e o assunto é “página virada”. “O Brasil está acima de nós”, declarou. Ele afirmou que teve um “excelente diálogo” com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e que está “à disposição” de Maia. Bolsonaro afirmou que a vida é assim, “de vez em quando tem alguns percalços”, mas que considera o atrito “página virada.”

“Da minha parte não tem problema. Vamos em frente”, disse o presidente, após cerimônia no Clube do Exército na qual foi condecorado. Alcolumbre e outras autoridades também foram homenageadas, dentre elas o próprio presidente da Câmara, que não compareceu. Pela manhã, Maia se reuniu com o ministro da Justiça, Sergio Moro, protagonista dos primeiros desentendimentos entre o governo e o presidente da Câmara. Ambos conversaram sobre os trâmites para andamento do pacote anticrime do ministro da Justiça. O encontro foi descrito por Moro como mais uma “sinalização” de que ele e Maia se acertaram após as farpas trocadas na semana passada. O presidente da Câmara desqualificou o projeto do ministro, depois de ele criticar a criação do grupo de trabalho como se fosse atrasar a tramitação. Desde a segunda-feira, eles passaram a trocar elogios. “Já vínhamos nos acertando, hoje foi mais uma sinalização. Foi acertado compromisso para o projeto tramitar na Câmara. Nos reunimos para acertar detalhes. Há vários cenários sendo discutidos”, disse Moro, pouco depois do encontro na residência oficial do deputado, ao conceder entrevista sobre uma operação realizada para combater pornografia infantil.

Mais tarde, Rodrigo Maia esteve reunido com Paulo Guedes, ministro da Economia. Logo após o encontro, ambos adotaram um discurso pacificador e pró-reforma da Previdência. “Vamos colocar esse trem nos trilhos para que a gente possa caminhar com velocidade. Em uma velocidade que os 12 milhões de desempregados esperam”, disse Maia.

“O convidei para retomarmos o dialogo sobre reforma”, continuou o presidente da Câmara ao fim do encontro. “Vamos focar no que pode melhorar o País”, afirmou.

Após não comparecer a uma reunião na Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça (CCJ), nesta semana, na Câmara, Guedes deve ir ao parlamento na próxima quarta-feira. “A ida dele na Câmara na quarta vai ser muito importante”, afirmou Maia.

O presidente da Câmara falou sobre a importância do trabalho em conjunto dos poderes para recuperar a economia. “Certeza de que vamos juntos transformar o Brasil em uma economia forte”, disse. Maia não quis comentar os últimos embates com o presidente Jair Bolsonaro e disse apenas que o trabalho será feito “sem farpas”.




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