Pelo menos 148 pessoas foram presas suspeitas de envolvimento na onda de violência
É o 7° dia consecutivo da onda de violência que atinge o estado | Foto: Alex Gomes / O Povo / CP
Em meio a uma onda da ataques que já chega ao sétimo dia consecutivo no estado do Ceará, suspeitos incendiaram mais ônibus e explodiram uma ponte na noite da segunda-feira em pelo menos quatro municípios. Ocorrências foram registradas em Acarati, Ancuri, Fortaleza e Maranguape. Em Fortaleza, dois ônibus foram queimados no início da madrugada desta terça-feira.
Um deles em frente a um conjunto residencial no bairro de Ancuri e outro no Parque Itamary, bairro de Messejana, na zona sudeste de Fortaleza. A prefeitura informou que na manhã desta terça-feira, 90% da frota circulava normalmente. Há também o registro de uma explosão em uma ponte no municipio de Caucaia, a 18 quilômetros da capital. A estrutura onde ocorreu a explosão está localizada próxima a uma comunidade indígena.
De acordo com a Prefeitura de Fortaleza, na quarta-feira será realizada uma reunião da gestão municipal para avaliar a necessidade de mudanças na circulação dos ônibus. As ocorrências foram registradas, segundo o órgão, principalmente em veículos que fazem o transporte nas chamadas “linhas alimentadoras”, que deixam os passageiros nas linhas troncos, as principais da cidade.
A prefeitura informou também que os veículos estão fazem as viagens em comboio e escoltados por policiais. A reunião deve definir se um plano de contingência será ou não adotado para garantir o funcionamento dos serviços públicos na capital. Não há informação de pessoas feridas.
Na cidade de Maranguape, a 25 quilômetros de Fortaleza, um microonibus expresso também foi queimado no bairro Novo Maranguapé na noite desta terça, às 19h40min. O veículo faz o percurso entre Tabatinga e Pau Serrado. Há suspeitas de que um ônibus escolar da prefeitura também teria sido incendiado.
Apoio dos estados
O governo da Bahia enviou, no fim de semana, um efetivo de 100 policiais militares do estado para o Ceará, para ajudar no enfrentamento da crise. Outros três estados também enviarão agentes para reforçar a segurança no território cearense. Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Ceará, são 43 policiais militares e agentes de inteligência do Piauí, de Pernambuco e Santa Catarina.
Prisões
Segundo o balanço mais recente, pelo menos 148 pessoas foram presas suspeitas de envolvimento nos ataques. O clima na capital cearense é de uma certa apreensão e de grandes dificuldades para população, especialmente no transporte público.
Os ônibus da capital circularam nessa segunda-feira, durante o dia, com escolta policial, mas a frota disponibilizada foi 30% menor do que o normal, o que prejudicou a chegada ao trabalho para milhares de pessoas.
Além disso, a cidade sofre com problemas na coleta de lixo, que se acumula nas ruas e principais avenidas da capital. Com os ataques, as empresas que atuam na limpeza também reduziram a circulação de caminhões que recolhem os resíduos na cidade.
Correio do Povo