Mais de 200 mulheres afirmam ter sido abusadas sexualmente pelo médium durante atendimentos espirituais
Ministério Público de Goiás pede prisão do médium João de Deus | Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil / CP
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) pediu nesta quarta-feira a prisão preventiva do médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus. As informações foram confirmadas pela RecordTV. Mesmo que o pedido de prisão apresentado no fórum de Abadiânia seja aceito ainda hoje, João de Deus não poderá ser detido imediatamente.
A Justiça autoriza que apenas prisões em flagrante sejam realizadas no período noturno. Até as 17h desta terça-feira, o MP já havia realizado o atendimento a 206 mulheres que afirmam ter sido abusadas sexualmente pelo médium.
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Pela manhã, João de Deus apareceu pela primeira vez após as denúncias contra ele virem à tona. Ele fez uma visita de menos de 10 minutos à sala de atendimento e retornou. Em declaração, o médium agradeceu a Deus e afirmou que quer cumprir a lei brasileira. “Estou nas mãos da Justiça. O João de Deus ainda está vivo”, declarou ele, que garante ser inocente.
De acordo com o Ministério Público, duas das 206 denúncias recebidas contra o médium tiveram origem no exterior, uma dos Estados Unidos e outra da Suíça. As demais foram realizadas por moradoras de Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.
Outro lado
O advogado criminalista Alberto Toron, que representa João de Deus, se posicionou sobre as acusações de abuso sexual contra o médium em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo. Ele afirmou que o médium “nega e recebe com indignação a existência dessas declarações”.
“O que eu quero esclarecer, que me parece importante que se esclareça ao grande público, é que ele tem um trabalho de mais de 40 anos naquela comunidade, atendendo a todos os brasileiros, atendendo gente de fora do país, sem nunca receber esse tipo de acusação”, disse o advogado.
Ainda segundo Toron, João de Deus vai se apresentar à Justiça nos próximos dias para colaborar no que for necessário.
O R7 tenta desde segunda-feira ouvir o advogado, mas ainda não obteve resposta. Um novo contato foi realizado nesta quarta-feira, após o pedido de prisão. Uma entrevista com o médium também foi solicitada, também sem posicionamento do acusado.
Correio do Povo