Legenda poderá punir filiados que manifestem apoio ao presidenciável do PSL
Apoio ao petista, ainda que de forma crítica, não é unanimidade no PDT | Foto: Thiago Gadellha / AFP / CP Memória
Após se reunir com Ciro Gomes na manhã desta segunda-feira em Fortaleza (CE), o presidente do PDT, Carlos Lupi, disse que o partido deve anunciar o que está chamando de “apoio crítico” à candidatura de Fernando Haddad (PT), no segundo turno. O objetivo é o partido se colocar contra Jair Bolsonaro (PSL) no pleito. Por isso, a sigla deve punir filiados ou candidatos que manifestarem apoio ao presidenciável do PSL.
A decisão será sacramentada em reunião da Executiva Nacional da legenda, marcada para acontecer em Brasília, na quarta-feira. Na ocasião, o partido irá definir que não terá cargos em uma eventual gestão petista. “Não queremos nenhum cargo em lugar nenhum”, disse Lupi à reportagem.
A opção pelo apoio crítico se deve à manobra, orquestrada com aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que atrapalhou as negociações de apoio do PSB à candidatura de Ciro, ainda durante o primeiro turno. O caso foi encarado como uma rasteira do PT no partido. Na ocasião, os petistas retiraram candidaturas em outros Estados para não atrapalhar nomes do PSB que disputavam os mesmos cargos. Em troca, os socialistas se comprometeram a ficar neutros no primeiro turno, em vez de apoiarem o presidenciável do PDT.
Além disso, Lupi defende que Ciro Gomes lance um movimento por uma nova candidatura, visando 2022, já após a definição do novo presidente em outubro. “Isso sou eu que estou insistindo para que Ciro já se candidate a presidente para 2022, mas ele não está convencido”, contou.
Porém, a opção de apoiar Haddad, ainda que de forma crítica, não é unanimidade no PDT. “A posição mais saudável para o Ciro neste momento é dizer que vai tapar o nariz, escolher o seu candidato, mas não vai recomendar ninguém. Isso não é fugir à decisão, é assumir uma posição de liderança para o próximo pleito”, defendeu o deputado federal Mario Heringer (PDT-MG), reeleito para mais um mandato na Câmara.
Correio do Povo