Para meu pai
Cá estou eu, embatucada, pensando no que escrever sobre o meu pai sem cair no óbvio.
Pai, tudo o que eu poderia escrever sobre ti já foi dito pessoalmente. Várias vezes.
Então, me restou falar do que aprendi contigo.
Por circunstâncias especiais da vida, tu te tornaste um porto seguro para nós, os filhos. Um modelo a ser seguido, alguém forte o suficiente para carregar todo mundo, alguém que nos dava a segurança necessária para sobrevivermos, sem grandes traumas.
Tu sabes o que a mãe sempre nos dizia quando crianças: meus filhos, não quero que vocês sejam como eu. Nunca!
No início, não entendíamos o porquê, mas com o passar do tempo tornou-se claro para todos.
E assim, passamos a te imitar em tudo, desde o jeito de caminhar olhando para cima até o controle de nossas emoções, com medo que a “herança maldita” estivesse de tocaia nas curvas da vida e nos derrubasse com uma rasteira.
Todos queríamos ser como tu. Duros na queda!
Obviamente o tempo passou, e não deu para ser igual a ti em tudo, afinal somos uma combinação de genes e cada um de nós tem seu jeito próprio de lidar com a vida.
Mas eu, até hoje, continuo caminhando olhando para o horizonte.
Segui teus passos até onde foi possível, porém trilhando meu caminho, tentando acertar nas coisas importantes e passando para minhas filhas e netos o que eu aprendi.
Assim como sempre tivemos orgulho de ti, pode ter orgulho de todos nós.
Teu esforço não foi em vão, pois tu sempre foste a nossa estabilidade e a mãe, a nossa luz, às vezes sombria, mas que quando brilhante, enchia a casa de alegria.
Juntos vocês fizeram esta Família Grande, unida através do amor que nos passaram.
Sim, o amor e a dedicação à família foi a coisa mais importante que eu aprendi contigo.
Obrigada.
Com amor.
Viviane M Foresti
