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sexta-feira 22 novembro 2024
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Se non è vero è bene trovato “Casinha”- Viviane M Foresti

Se non è vero è bene trovato
“Casinha”

Não, não vou falar de casinha de boneca e sim da “casinha”.
Os mais jovens nunca ouviram falar dela e muito menos a conheceram.
Então vamos lá: ela era um banheiro primitivo, tambėm chamado de latrina e era construído em geral nos fundos do terreno, longe da casa propriamente dita.
Na casa de meu Nonno havia um desses.
Usado na infância de minha mãe.
Uma casinha feita de tábuas, cheia de frestas, parcamente construída em cima de uma fossa. No seu interior apenas umas tábuas simulando um banco, com um buraco no meio para o vivente fazer suas necessidades sólidas. Sim, as sólidas, por que as líquidas os homens, privilegiados pela natureza, faziam em qualquer lugar que desse um mínimo de privacidade e não fosse tão pestilento. Como um muro ou uma árvore.
Já as mulheres eram obrigadas a frequentar esse pesadelo fedido, que quando muito tinha papel de embrulho ou pedaços de jornal pendurados em um prego, para auxiliar a higiene. Uma evolução se compararmos com o sabugo ou a palha do milho, mas ainda assim à uma distância estratosférica de um simples rolo de papel higiênico.
Quando crianças, eu e minhas irmãs, ouvíamos muitas histórias escatológicas dignas de um filme de terror. Pessoas que tinham caído pelo buraco e que depois tinham de ser resgatadas do merdúncio. Diziam que o “profumo” ou melhor a “spussa” não saía jamais, por mais banho que se tomasse. Um horror!
Poucas vezes entramos na dita cuja.
Só entrávamos se houvesse alguma emergência enquanto estávamos brincando de Tarzan em cima das laranjeiras e não desse tempo de ir até em casa.
Eu, tinha verdadeiro pânico que a casinha desabasse eu acabasse literalmente enterrada na merda.
Uma vez criei coragem de olhar para dentro do buraco e o que vi atormenta meus piores pesadelos até hoje. Um inferno de Dante em seu terceiro círculo, o mar de lama. Um buraco negro que parecia ter vida, dada a quantidade de varejeiras se deliciando com seu prato favorito.
Para o bem e a felicidade geral, se não da nação, ao menos a da família a tal casinha foi desativada e demolida alguns anos depois.
Não deixou saudades.

Foto do perfil de Viviane Maria Foresti, A imagem pode conter: 2 pessoas, pessoas sorrindo, área interna e close-up

Viviane M Foresti




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