E o que foi que fizemos?
Uma pessoa cruza nossa vida.
Talvez por poucos segundos.
O suficiente, porém, para que nos peça algum tipo de ajuda.
Ela rapidamente nos conta alguma história que a maioria das pessoas –
– nós, ignoramos.
Alguns de nós tiramos algumas moedas dos bolsos e damos sem ter sequer prestado atenção ao que essa pessoa nos narrou.
São tempos estranhos.
Tudo o que fazemos é ignorar, temer, evitar tudo que não faz parte do nosso pequeno universo.
As prisões da alma dessas pessoas não são diferentes das nossas, sequer por um pouco mais de conforto.
Uma vida cruza a nossa e dessa vez nós a ouvimos.
Está bem vestida, educada, nos aborda aparentemente sem pretensões e de pouco em pouco, nos tira a estabilidade, o apoio e nos lesa naquilo que temos de mais valioso: o tempo.
Negar pouco, negamos, mas perder muito é o que nos arriscamos a fazer todos os dias.
Mas, afinal de contas, o que foi que fizemos?
Agimos com os reflexos com um e com interesse com o outro.
Devemos nos interessar mais por quem realmente necessite e deixar aquilo que nos encha os olhos um pouco mais distante.
Às vezes é só uma escultura de gelo, que não vai caminhar ao nosso lado na estrada da felicidade, mas subirá em nossas costas até que caiamos e nos tornemos descartáveis.
Caminhe ao lado de quem possa caminhar realmente com você.
Não seja apenas uma condução.
Boa Terça feira.
Boa semana
Marcelo Etiene
