Search
sexta-feira 22 novembro 2024
  • :
  • :

Movimentos sociais pró-Lula começam a montar acampamento em Porto Alegre

Local, às margens do Guaíba, recebe atenção da BM, que está com viaturas dispostas em pontos estratégicos

Local, às margens do Guaíba, recebe atenção da BM, que está com viaturas dispostas em pontos estratégicos | Foto: Mauro Schaefer

Foto: Mauro Schaefer

Local, às margens do Guaíba, recebe atenção da BM, que está com viaturas dispostas em pontos estratégicos

Nem mesmo a chuva do domingo impediu que a estrutura que vai abrigar os mais de cinco mil integrantes de movimentos sociais de todo o Brasil, no Anfiteatro Pôr do Sol, iniciassem. A expectativa é de que mais de 30 mil apoiadores se reúnam em Porto Alegre. Durante o dia chegaram os primeiros grupos da Frente Popular que ficarão, pelo menos, até quarta-feira no chamado Acampamento pela Democracia e em Defesa do Direto de Lula ser Candidato, quando ocorre o julgamento do recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).

O local, às margens do Guaíba, recebe atenção da Brigada Militar (BM), que está com viaturas dispostas em pontos estratégicos para garantir a segurança de quem trafega e também dos grupos pró-Lula. De acordo com o Movimento Sem Terra (MST), os caminhões descarregaram a estrutura utilizada para abrigar os trabalhadores no início da manhã do domingo e cerca de 200 pessoas se envolvem na construção das tendas para plenária de debates, alojamento das caravanas, cozinha e centro de saúde.

Morador de Hulha Negra, sudoeste do Rio Grande do Sul, e integrante do MST, Ildo Pereira, 37 anos, disse que além de lona serão usadas taquaras e madeira para a estrutura. “Temos uma grande infraestrutura, como haverá muitas crianças temos uma equipe de 25 médicos nossos, formados em Cuba, que darão toda a assistência necessária. Também temos os responsáveis pela alimentação e a segurança no entorno”, detalhou.

Pereira afirmou que a decisão da turma do TRF4 pode mudar a história que o Brasil caminha. Em sua visão é preciso união para defender a democracia. “Queremos que a verdadeira justiça prevaleça. Entendemos que defender o Lula é estar ao lado da sociedade, principalmente aquela mais humilde, porque foram os menos favorecidos os mais beneficiados durante a sua gestão. Não queremos o retrocesso”, afirmou. Ele lembra que até o início de 2000 os camponeses do País não tinham, nem mesmo, acesso a telefonia. “Hoje não são todos que têm, porque nosso Brasil é grande, mas muito foi conquistado. Não podemos deixar a regressão tomar conta.”

O agricultor Joabe Oliveira, 39 anos, saiu de Lapa, na região metropolitana do Paraná para, como já é acostumado, se juntar os parceiros de jornada do MST. “O que está acontecendo é um golpe e não há eleição sem o Lula. Estamos aqui para fazer a nossa parte”, destacou. Do mesmo Estado, mas da cidade de Castro, José Arlan contou que é integrante do grupo que luta pela democracia. “Nós temos que batalhar. Vai acabar a reforma agrária e nossos direitos serão retirados. Estamos confiantes com a absolução do nosso presidente, mas sabemos que o golpe é muito grande, que há muito dinheiro rolando.”

Semana com marchas e ações

A Marcha da Via Campesina abre as manifestações de Lula em Porto Alegre. Nesta segunda, às 6h30min, cerca de 2,5 mil pessoas se concentrarão em frente ao antigo posto fiscal da Receita Federal, na BR 116, nas proximidades da ponte do Rio Guaíba. Em seguida, todos saem em marcha até o acampamento. O trajeto previsto envolve 7,6 quilômetros, que passará pelas avenidas da Legalidade e da Democracia, Mauá e Avenida Presidente João Goulart e Edevaldo Pereira Paiva. O coordenador nacional do MST, João Pedro Stédile, o presidente da Assembleia Legislativa gaúcha, deputado Edegar Pretto (PT) e lideranças de movimentos populares também estarão integrados na ação.

A partir das 14h ocorre a primeira atividade no acampamento, um seminário sobre arbitrariedades do processo contra o ex-presidente Lula. Na terça-feira, as 10 horas, eles marcham até o Auditório Dante Barone, na Assembleia Legislativa, onde ocorre o ato das mulheres para a democracia. Na tarde, o coordenador do MST participa de seminário sobre a conjuntura brasileira.

“Toda a ação será pacífica, não podemos garantir o que o público externo fará, mas nós não queremos confronto e nenhum tipo de confusão. Queremos apenas a justiça”, declarou Pereira. De acordo com ele, todos são trabalhadores, com família organizada e filhos. “Estamos aqui por todos os benefícios que o presidente Lula nos concedeu. Não pode haver eleição sem ele.”

O grande ato tem concentração a partir das 17h da terça-feira, na Esquina Democrática, onde será o ato político, seguido por uma marcha pelo Centro até o Anfiteatro Pôr do Sol, que será o local da Grande Vigília pela democracia, que acompanhará a dois quilômetros do TRF4 o julgamento do ex-presidente Lula.




error: Content is protected !!