Se non è vero è bene trovato
Nonno x Carmela
Carmela apareceu em nossa casa nos anos 70.
Era uma gringa da colônia , jovem , na casa dos 20 anos, forte, robusta, de pele bem branca, cabelos longos, pretos que nem a asa da graúna, olhos azuis como um céu sem nuvens e com uma comissão de frente digna de Sofia Loren e de fazer inveja a minha mãe , tão desprovida de tais atributos.
Peitos tão generosos como dois melões gaúchos oferecidos numa bandeja de prata.
Não sei como acabou trabalhando lá em casa , já que a beleza não fazia parte do critério seletivo de minha mãe, uma mulher ciumenta por natureza.
Nessa época o Nonno já viúvo sempre almoçava conosco, tomava seu vinho, fumava seu cigarro e mal terminava já ia para a sua casa fazer a sesta.
Subitamente começou a demorar-se mais, rodeando a cozinha como quem não quer nada .
Logo , logo as informações correram “à boca pequena” e o Vô Luís também começou a aparecer depois do almoço e ficavam os dois calados, fumando na porta e apreciando a Carmela lavar o chão de joelhos, com um vestidinho de chita, leve e decotado, sacudindo seus melões que saltavam oferecidos aos olhos concupiscentes dos dois.
Como a mãe também fazia a sesta, demorou um pouco até dar- se conta do que estava acontecendo.
Quando finalmente abriu os olhos , chamou os dois , deu uma bronca, classificando-os de “velhos baúcos e tarados” , ameaçando contar tudo para a vó, outra ciumenta e acabou com aquela deliciosa matinê que tanto os alegrava e enchia de fantasia suas tardes mormacentas.
A Carmela não durou muito depois disto, foi-se embora antes que o pai também fosse atraído na sua teia fatal e pelos melões maduros.
Mulher de sabedoria minha mãe!
Viviane M Foresti
PS: Carmela é um nome fictício, não sei se a verdadeira ainda está viva….