O rei Ricardo III da Inglaterra, monarca do século XV, cujos restos mortais foram encontrados debaixo de um estacionamento em 2012, receberá, enfim, um enterro digno de um membro da realeza na quinta-feira na Catedral de Leicester, na região central da Inglaterra.
A cerimônia, que será transmitida pela televisão, será o ponto culminante de cinco dias de celebrações iniciadas neste domingo. Seu caixão deixou neste domingo a Universidade de Leicester, percorreu os locais da Batalha de Bosworth, onde o último rei da dinastia Plantagenet encontrou a morte, e ingressou na catedral de Leicester à noite (hora local).
As pessoas atiraram flores ao rei no trajeto do cortejo até a catedral, em uma carruagem puxada por quatro cavalos negros. A capela ardente será aberta ao público até a quarta-feira. O último rei medieval da Inglaterra será sepultado na quinta-feira, na presença de membros da família real e dos mais importantes clérigos do país, dentro da catedral.
A morte, aos 32 anos, de Ricardo III, monarca entre 1483 e 1485, pôs fim à Guerra das duas Rosas, entre a casa de York e os Plantagenet. Embora seu corpo nunca tenha sido encontrado, segundo alguns escritos, ele repousava em uma capela franciscana, destruída no século XVI.
Após a sua morte, a coroa passou para Henrique VII e os reis da dinastia Tudor que, com ajuda de Shakespeare e de outros dramaturgos, descreveram Ricardo III como um vilão brutal e corcunda, que não se detinha diante de nada, chegando a assassinar dois jovens sobrinhos para assegurar o trono.
A Alta Corte de Londres decidiu, em maio, que o rei tinha de ser enterrado na catedral de Leicester, descartando assim o apelo de seus descendentes, que pretendiam enterrá-lo em York.
A extraordinária epopeia de como seu esqueleto foi encontrado em um estacionamento cerca de 530 anos após sua morte, em 1485, rodou o mundo.
“É incrível tê-lo encontrado intacto”, afirma Mathew Morris, que liderou as escavações, explicando que uma obra da era vitoriana havia passado a centímetros do crânio de Ricardo III. Coincidência ou não, o “esqueleto nº 1”, como foi batizado num primeiro momento, foi encontrado sob a vaga do estacionamento marcado com a letra “R” de “reservado”
Fonte Correio do Povo.