Seminário Aquicultura em Águas Públicas reuniu lideranças políticas e da comunidade regional para debater o desenvolvimento do setor
O fortalecimento da Piscicultura, a oportunidade de geração de renda, o desenvolvimento e a produção de pescados nos lagos, foram tópicos abordados durante o 1º Seminário Aquicultura em Águas Públicas, realizado na Universidade de Passo Fundo (UPF) nesta sexta-feira (20/05). Reunindo lideranças políticas, comunitárias, acadêmicas e do setor privado, o evento é uma promoção da Associação dos Municípios Sedes de Usinas Hidrelétrica (AMUSUH), com o apoio da Universidade.
Entre os objetivos, os participantes elaboraram uma carta de intensões, que será apresentada ao Governo do Estado, propondo a criação de um Programa de Aquicultura em Águas Públicas no Estado. Além disso, a atividade se propôs a integrar os municípios com os órgãos federais e estaduais, conscientizar gestores municipais sobre a importância da revitalização de lagos, trocar experiências e fortalecer ações que já são desenvolvidas.
De acordo com o vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Leonardo José Gil Barcellos, o evento teve um cunho técnico e político, buscando movimentar os setores para que vejam com outros olhos a área de piscicultura. Para ele, mais do que apoiar, a Universidade está inserida na discussão e tem buscado, por meio dos Polos Tecnológicos, incentivar o debate. “A UPF é sempre protagonista desses eventos, muito pela nossa capacidade de articulação. O evento acontece com o apoio da Instituição com um cunho técnico e político, pensando na mudança de perspectiva, no potencial de produção de toda essa água que temos no Estado. O Brasil é o país que mais produz energia hidrelétrica e temos que aproveitar toda essa riqueza. Existem estudos que provam que poderíamos ser os maiores produtores de peixe do mundo se usássemos nossos lagos de hidrelétrica. Então, a ideia é trabalhar isso e tentar, aos poucos, mudar esse pensamento”, destacou.
Um dos palestrantes foi o professor Dr. Danilo Pedro Streit Junior. Coordenador do grupo de pesquisa “Aquam” e membro do grupo de pesquisa “Peixegen” da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ele coordena estudos e pesquisas com reprodução de espécies nativas de peixes, tanto para a produção quanto ambiental.
Na opinião do pesquisador, a piscicultura familiar é forte, mas há necessidade de introduzir uma profissionalização, de recursos e de produção mais organizada. “O Rio Grande do Sul tem características muito específicas, a começar pela temperatura, pelo tamanho das propriedades e pelas políticas de produção de peixe, que fazem com que o Estado se torne algo quase único dentro do contexto do país. Traçando um ponto de comparação, a começar pelas espécies de peixe produzidas aqui, a diferença é muito grande. Toda vida, acredito que o Estado tenha que caminhar para algo mais equilibrado, buscando estratégias que possam inserir o piscicultor do Rio Grande do Sul dentro de uma política de produção não tanto familiar, mas profissional”, destacou, ressaltando que hoje o fator mais limitante são as questões políticas.
Fotos: Caroline Simor
Representantes do Governo Estadual e Federal marcaram presença, além de produtores, alunos, professores e empresários.
Assessoria de Imprensa
Universidade de Passo Fundo