Decreto criado por Obama foi encerrado pelo presidente, que pressionou Congresso por nova lei
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira o fim de um programa instaurado por seu antecessor Barack Obama, que permitiu que 800 mil jovens conseguissem visto de residência e trabalho depois de terem entrado ilegalmente nos Estados Unidos quando eram crianças. “Estou aqui para anunciar que o programa conhecido como DACA, que foi estabelecido sob a administração Obama, está sendo rescindido”, declarou na Casa Branca o procurador-geral Jeff Sessions, referindo-se ao plano de ação criado por decreto em 2012.
Estes imigrantes sem documentos e plenamente integrados à sociedade americana, já que praticamente não conhecem seu país de nascimento, temiam a possibilidade da revogação do programa DACA (Ação Diferida para Chegadas de Crianças, sigla em inglês). Obama criou por decreto o plano, que concede permissão de dois anos, renovável, para formalizar a situação dos jovens, ante a impossibilidade do Congresso aprovar uma norma que contemple estes casos, a Lei DREAM, acrônimo em inglês de “Desenvolvimento, Alívio e Educação para Menores Estrangeiros”.
O ex-presidente americano, Barack Obama, criticou a decisão de seu sucessor, descrevendo a medida como “equivocada”, “contraproducente” e “cruel”. Em um raro comentário sobre o cenário político política, Obama usou o Facebook para condenar a decisão de Trump e pediu que o Congresso intervenha. “Atingir estes jovens é errado – porque eles não fizeram nada de errado. É contraproducente porque eles querem começar novos negócios, trabalhar em nossos laboratórios, servir em nossas Forças Armadas, e por outro lado, contribuem com o país que amamos. Isto é cruel”, escreveu Obama.
Trump, que assumiu a presidência em janeiro determinado a cumprir a promessa eleitoral de combate a toda imigração ilegal, teria decidido no fim de semana acabar com o DACA após um período de prorrogação de seis meses. Ele tenta pressionar o Congresso a criar um plano alternativo para os “Dreamers”. Sessions, conhecido por sua postura anti-imigração, teria aconselhado o presidente a passar a responsabilidade sobre a questão ao Congresso, por considerar que estabelecer normas sobre migração compete mais ao Legislativo que ao Executivo
Correio do Povo