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sexta-feira 22 novembro 2024
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Convulsões de um dia – Marcelo Etiene

Convulsões de um dia

Se o frio causa em quem pode se abrigar, tremores, imagine o que não causará naqueles que não possuem nenhum tipo de conforto?

Não apenas as pessoas – crianças e adultos, que por algum grande revés em suas vidas, encontram-se mundo à fora, desabrigados, mas também as pequenas criaturas, como cães e gatos.

No correr de um dia, mesmo que mal, nos alimentamos de alguma coisa.

Fazemos alguma espécie de refeição, mesmo que pouca, mas não paramos um instante para olhar à nossa volta; não aprendemos a dividir o pão.

Como esperamos viver na coletividade, obtendo a direçã odo caminho da verdadeira felicidade, que é uma estrada livre de pedágios, mas não isenta de cobranças, se nela não pudermos colocar outras pessoas?

Como passar alheios aos que sofrem?

Como podemos julgar a extensão do sofrimento alheio, as convulsões de um dia inteiro de fome, sede ou abandono – seja de uma criatura ou de um ser humano?

Não podemos.

Deixamos isso preestabelecido em nosso comportamento.

Não nos damos sequer ao trabalho de escutar as súplicas de alguém.

Nas primeiras palavras, estendemos a mão, não para doar, mas para negar.

Em que pese tal esforço, um dia pegue do seu tempo e doe ao menos um minuto desse mesmo e precioso tempo para ouvir ou para doar um pedaço de pão, um café quente e um sorriso.

A estrada da felicidade possui curvas às vezes perigosas aos mais desatentos, e nessas curvas podemos sair dela.

Assim, quando estender sua solidariedade, lembre-se que nada impede que aquela pessoa seja o seu espelho, caso você não possa ser o espelho dela.

Boa Quarta feira

Marcelo Etiene




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