Texto Rodrigo Accorsi /Foto Alvaro Henkes
Em entrevista coletiva na manhã de segunda-feira, 8, na sede do PDT em Passo Fundo, o deputado estadual Diógenes Basegio, eleito para seu segundo mandato no ano passado com 33.829 votos, procurou esclarecer as denúncias apresentadas pelo programa Fantástico, da Rede Globo, na noite de domingo, 7.
Em seu pronunciamento inicial, o deputado disse que é um homem de bem e que todo o dinheiro mostrado na reportagem é seu e que não há qualquer tipo de utilização do dinheiro público. “Se armou um grande circo contra mim. Nos últimos três anos uma pessoa vem forjando provas contra mim. Minha região pode confiar no deputado Basegio. Peço às pessoas que ainda têm dúvida, que não tenham dúvida. Podem confiar no dr. Basegio”.
Ele afirmou que sabia da denúncia há mais de um ano e que a exoneração de Neuromar Gatto, que foi seu assessor, se deu porque foram verificadas irregularidades em sua conduta e que ele foi demitido por justa causa. O deputado disse ainda, que ele, sua família e seus assessores sofrem ameaças por parte de Gatto e que confia nas investigações que estão sendo efetuadas pelo Ministério Público.
“As cenas que vi na televisão vão marcar porque há um descrédito muito grande da população brasileira na política. Não existe nenhuma ilegalidade em eu usar meu dinheiro dentro da Assembleia Legislativa. Aquele não era dinheiro público, era dinheiro meu”, diz.
Basegio disse também que mantém cinco ou seis pessoas que trabalham como seus assessores no interior do estado, que também colocou à disposição do MP para investigação. “Eles não têm cargos comissionados na AL, mas ajudamos com um pequeno valor mensal, sendo o mais alto de R$ 600, em Panambi”. Ainda com relação à exoneração de Gatto, o deputado afirma que houve vários motivos para que isso acontecesse.
“É uma pena que eu não pude mostrar minha versão dos fatos, mas hoje estou aqui para falar a vocês e não vou esconder nada. Foram várias irregularidades cometidas por ele, que começou a forjar diárias. A partir do momento em que eu o exonerei, eu e minha família começamos a ser ameaçados”.
Ele informa que passou a descobrir que havia abastecimento ilegal do veículo desse funcionário que era feito com um dos cartões da Assembleia Legislativa. “Nós temos dois cartões e podemos cadastrar até três carros, mas eu sempre utilizei dois – o meu pessoal e outro da Assembleia. Descobrimos que esse assessor abastecia seu carro e até o de terceiros com o cartão da Assembleia”.
O deputado disse estar decepcionado com as acusações que, segundo ele, “foram feitas de forma leviana, sem a possibilidade de defesa. Certamente o MP vai comprovar. Desde o primeiro momento coloquei à disposição meu sigilo fiscal meu sigilo bancário e meu sigilo telefônico, não tenho nada a esconder”.
De acordo com ele, seu ex-assessor tentou lhe extorquir R$ 1 milhão. “Se eu usei dinheiro na AL, era dinheiro meu. Ele (Gatto), chegou à minha clínica com uma pasta cor de rosa e tentou me extorquir esse valor. Tirei ele do meu gabinete com muita veemência e não aceitei, como não aceitaria, porque essa conta não é minha”.
Com relação à sua possível candidatura a prefeito de Passo Fundo, Basegio disse que essa é uma decisão que não cabe a ele e que, mesmo com todos os acontecimentos, permanece à disposição do partido.
O presidente do PDT em Passo Fundo, Ari Baldissera, afirmou em nota oficial, que em nível municipal o partido apoia integralmente qualquer investigação com relação ao caso do deputado Basegio.
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