Cobranças foram replicadas no período de um ano, segundo promotor João Afonso Beltrame
Promotor João Beltrame explicou como funcionava esquema criminoso | Foto: Henrique Massaro / Especial / CP
A suposta fraude milionária contra o IPE-Saúde é investigada pelo Ministério Público (MP) pela operação Examinação. O promotor-coordenador do Gaeco Saúde, João Afonso Beltrame, relatou que o MP encontrou dentro do esquema o registro de mais de 1,2 mil exames de um só paciente no período de um ano.
“Nós temos um caso em que houve 1.247 exames de um só usuário. A pessoa tem inúmeros exames de sangue, o que daria 70 ou 80 por mês. Isso chamou a atenção do IPE, que nos procurou para que a gente chegasse a essas conclusões”, destacou Beltrame.
Beltrame explicou que a fraude começava quando um paciente ou usuário do IPE procurava um laboratório credenciado após ter feito uma consulta com seu médico de confiança. “Com a requisição, ele chegava ao estabelecimento e passava o cartão na máquina e digitava a sua senha. Os funcionários da empresa, que são os nossos suspeitos, pegavam as senhas e anotavam. Com o número do cartão, os servidores replicavam os exames centenas de vezes, executando várias cobranças do IPE”, explicou.
O promotor do Gaeco disse que o MP vai trabalhar em duas frentes nas próximas semanas após a investigação. “Vamos analisar a documentação apreendida e os dados de informática que recebemos, além dos celulares que foram encontrados. Na outra frente, vamos trabalhar com a massa de dados enviada pelo IPE, referente a 2012 a 2017, até para ver se isso não está acontecendo em outros lugares. Vamos buscar o patrimônio dessas pessoas para ressarcir o erário”, acrescentou.
Correio do Povo