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sábado 23 novembro 2024
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MP denuncia 13 policiais por associações criminosas no RS

PMs repassavam drogas e armas oriundas de apreensões para facções na Restinga

Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou 13 policiais militares do 21º Batalhão de Polícia Militar por crimes de associação criminosa | Foto: Ricardo Giusti

Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou 13 policiais militares do 21º Batalhão de Polícia Militar por crimes de associação criminosa | Foto: Ricardo Giusti

O Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou 13 policiais militares do 21º Batalhão de Polícia Militar (21ºBPM) pelos crimes de associação criminosa, tráfico de drogas, comércio ilegal de armas e receptação de produtos roubados. Entre eles estão 11 soldados e dois sargentos. Quatro PMs já estão presos preventivamente e os outros nove serão afastados das funções, enquanto a Justiça analisa o pedido de prisão.

De acordo com o subprocurador-geral de Justiça para assuntos institucionais do Ministério Público, Fabiano Dallazen, a quadrilha atuava desde o final de 2014 no bairro Restinga, na zona Sul de Porto Alegre. “Estamos apurando 32 fatos criminosos dentro da organização, que tiveram o envolvimento destes PMs”, afirmou Dallazen.

A operação, denominada “Extremo Sul”, é realizada pelo Ministério Público, pela Promotoria de Justiça Criminal da Restinga e pela Corregedoria da Brigada Militar. Outras nove pessoas também foram denunciadas pelo envolvimento com a organização. Uma delas já está presa. Conforme o promotor de Justiça José Nilton Costa de Souza, os policiais repassavam drogas e armas oriundas de apreensões para uma das facções da Restinga. “Eles revendiam armas, munições e drogas que haviam sido apreendidas. Tudo isto voltava para as ruas nas mãos dessa facção”, afirmou o promotor.

Segundo ele, os policiais prestavam “tutela” às próprias facções, alertando sobre possíveis operações. “Eles prestavam serviço (prisão/afastamento de inimigos, informações sobre operações, etc) para essa facção, para obter lucro, e ao mesmo tempo extorquiam o grupo”, explicou o promotor.

Após a apreensão de celulares dos envolvidos, o MP encontrou diversas conversas em um aplicativo de mensagens entre policiais militares e criminosos, onde eram negociados preços de armas como pistolas e fuzis. “Isso mostra a forma como eles agiam”, afirmou Souza. O corregedor-geral da Brigada Militar, tenente-coronel Régis Rocha da Rosa, garantiu que os PMs denunciado serão afastados imediatamente das funções.

Além disso, o corregedor-geral diz que o sentimento de estar anunciando as novas denúncias é ambíguo. “Ficamos constrangidos pela exposição de vários PMs que entraram na BM para defender a sociedade e, em determinado momento, foram para o lado do crime. Mas ao mesmo tempo estamos valorizando aqueles que são dignos”, destacou o tenente-coronel. Segundo ele, os fatos são muito graves e os PMs que ultrapassaram “a linha entre o bem e o mal” devem ser punidos.

Correio do Povo




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