A Polícia Federal cumpre na manhã desta sexta-feira (17) 311 mandados judiciais, em sete estados, incluindo o Rio Grande do Sul. A operação, batizada de “Carne Fraca” apura o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos.
Segundo informações, é a maior operação já realizada pela Polícia Federal no País e tem como alvo as maiores empresas do setor, BRF Brasil, que controla marcas como Sadia e Perdigão, e também a JBS, que detém Friboi, Seara, Swift, entre outras marcas. De acordo com a PF, os fiscais pediam propina aos empresários, que chegavam até a indicar quem exerceria a fiscalização nas empresas.
“Os agentes públicos, utilizando-se do poder fiscalizatório do cargo, mediante pagamento de propina, atuavam para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva”, diz a PF em nota.
O ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-PR), aparece em um grampo telefônico realizado pela Polícia Federal durante as investigações. Na gravação, Serraglio conversa com o superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná entre 2007 e 2016, Daniel Gonçalves Filho. No diálogo, Daniel é informado pelo ministro sobre problemas que um frigorífico de Iporã, no Paraná, estaria tendo com a fiscalização do Ministério da Agricultura.
São cumpridos 26 mandados de prisão preventiva, 11 de prisão temporária e 79 de conduções coercitivas, quando a pessoa é levada apenas para prestar depoimento. Os outros 195 mandados são de busca e apreensão. Além do Rio Grande do Sul, a operação ocorre também no São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e Goiás.
A Justiça determinou o bloqueio de R$ 1 bilhão dos investigados.