Primeira-ministra poderá notificar UE sobre o Brexit, o que deve ser feito no fim de março
Primeira-ministra poderá notificar UE sobre o Brexit, o que deve ser feito no fim de março | Foto: Ben Stansall / POOL / AFP / CP
As duas câmaras do Parlamento britânico aprovaram nesta segunda-feira a lei que permitirá ao governo da premier Theresa May iniciar a ruptura com a União Europeia. A primeira-ministra poderá notificar, a partir desta terça-feira, a saída dos britânicos da UE, abrindo assim os dois anos de negociações correspondentes, mas a comunicação oficial deve ocorrer apenas no final de março.
Em contrapartida ao referendo, o Parlamento escocês votou por esmagadora maioria sua rejeição à saída britânica da UE, com uma consulta que não afetará o processo do Brexit, mas que aumenta ainda mais a tensão na relação com Londres. Depois dessa votação simbólica, o governo semiautônomo advertiu que a Escócia, a mais pró-europeia das regiões britânicas, não será “humilhada”. Quase 75% dos legisladores escoceses, de todo o espectro político, pronunciaram-se contra o Brexit.
O ministro de Negociações da Escócia em seus vínculos com a Europa e parlamentar local, Michael William “Mike” Russell, disse que seu governo “nunca permitirá que a Escócia seja humilhada, e sua escolha democrática rejeitada”. “Nunca, nunca daremos as costas à Europa e ao mundo”, garantiu.
Os líderes dos principais partidos britânicos haviam prometido aos escoceses que seriam considerados “sócios em termos de igualdade” se ficassem no Reino Unido no referendo de independência de 2014, como de fato aconteceu. Mas no plebiscito sobre a UE, a Escócia votou a favor de continuar na Europa, ao contrário de Gales e da Inglaterra, que inclinaram a balança. “Essa votação é mais simbólica”, declarou a chefe do governo regional, Nicola Sturgeon, do Partido Nacional Escocês (SNP). “É uma prova-chave para saber se a voz da Escócia é ouvida, e se nossos desejos podem ser acomodados”, acrescentou.
Sturgeon ameaçou convocar um novo referendo de independência, mas as pesquisas não apontam o apoio necessário da população para a secessão. Além disso, o governo de Theresa May é contra. Para essa consulta, seria necessária a permissão do Parlamento nacional.
Correio do Povo