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sábado 23 novembro 2024
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Após 17 anos, Hugh Jackman se despede de Wolverine em “Logan”

Ator disse que finalmente foi feito o filme que mutante tanto merecia

Hugh Jackman dá adeus a Wolverine no filme

Hugh Jackman dá adeus a Wolverine no filme “Logan” | Foto: Divulgação / CP

Com informações da Agência Estado

Foi como o mutante Wolverine que Hugh Jackman teve sua marca registrada em Hollywood. Hoje, após 17 anos do lançamento do “X-Men – O Filme”, ele dá adeus a este personagem ícone da sua carreira em “Logan”. A despedida não poderia ser da melhor forma que descreva o próprio Wolverine: bruto e amoroso. Não é atoa que o clássico “Os Brutos Também Amam” é usado de forma visual e verbal diversas vezes durante o longa. Uma das melhores referências que poderia incrementar a história daquele que apesar de aparentar ser uma casca dura, carrega dentro de si, um acúmulo de dores que vão além das marcas físicas.

Vivendo de forma anônima e o mais amargurado possível, Logan/Wolverine (Hugh Jackman) passa seus dias trabalhando como motorista de limousine e cuidando de um colega mutante e do inabilitado Professor Xavier (Patrick Stewart) em um esconderijo na fronteira dos Estados Unidos e México. O que aparentava ser a melhor forma de sobrevivência se transforma em um caos com várias cabeças rolando. Tudo por causa da pequena Laura (Dafne Keen) que busca ajuda dos últimos mutantes para fugir de uma organização violenta que está produzindo novas criaturas com super poderes de forma arriscada. Mesmo querendo escapar desta aventura, Wolverine deixa seu instinto protetor falar mais alto e corre com Laura e Professor Xavier para chegarem ao único lugar que parece existir apenas nos quadrinhos da Marvel. Em contraste com a longa estrada que Wolverine já percorreu nesta vida, há a esperança da criança que procura um lugar onde as pessoas possam compreendê-la e não usá-la como arma. Trancada em um laboratório, Laura via nos quadrinhos dos X-Men o único caminho para uma vida melhor. E também via em um dos heróis, uma base paternal que lhe ajudaria entender a sua identidade.

Longe de ser um tradicional filme de um herói dos quadrinhos, Logan possui muito mais sensibilidade do que estamos acostumado em assistir em filmes de ação. Se acompanhamos, inicialmente, um protagonista impaciente, ferido e magoado, logo Wolverine se transforma um humano em busca da sua redenção com a promessa que esta será a sua última missão. É inegável que as cenas de luta são carregadas de muita violência, mas longe de ser gratuita. A direção de James Magold equilibrou a agressividade em que os combates ocorrem sem qualquer tipo de censura com os momentos de ternura desta pequena família de mutantes. O roteiro do trio James Mangold, Michael Green e Scott Frank também soube cuidar em não deixar esta despedida como um dramalhão apelativo.

A grande revelação de “Logan” fica por conta da novata Dafne Keen. A atriz apresenta uma personagem tímida, mas muito agressiva quando é incomodada. O seu olhar é capaz de revelar tanta coisa que é indispensável qualquer diálogo. Patrick Stewart é outro que nos proporciona cenas de derrubar lágrimas e que se mostra tão forte que é inadmissível vê-lo tão frágil nos braços de Wolverine. E como o filme trata sobre este bruto protetor, Wolverine não poderia ter melhor interprete que o próprio Hugh Jackman. Capaz de tornar um personagem sinistro em um dos mais carismáticos do cinema, Jackman deu vida dignamente a este mutante que ficará eternizado em nossas memórias como um bruto que soube amar à sua maneira.

Rotina de pop star 

Em passagem pelo Brasil para pré-estreia de “Logan” no último final de semana, Hugh Jackman disse estar satisfeito com o longa. Seu Wolverine dá adeus mais violento, sanguinário e quebrado – um homem tido como imortal que, enfim, vê a morte de perto. Para quem está tão próximo de um personagem por tanto tempo quanto o ator, a despedida não poderia ser melhor. “Finalmente conseguimos fazer o filme que ele merecia.”

O ator de 48 anos dono de longas garras de aço inquebrável, está se despedindo do mutante. E o faz com uma rotina de uma estrela da música pop, viajando o mundo. O ator chegou a São Paulo na manhã de domingo. Na noite anterior havia assistido a “Logan” pela primeira vez no Festival de Cinema de Berlim. Cinco horas depois do desembarque no Brasil, estava diante de jornalistas da América Latina para uma entrevista coletiva. À tarde, mais entrevistas em vídeo. No dia seguinte, mais entrevistas. E, naquela noite, Jackman embarcaria para Londres, dois dias depois, seguiria para Nova Iorque e, mais um par de dias mais tarde, continuaria o tour pela Ásia. “Sabe de uma coisa? Quando eu era criança, meu sonho era viajar o mundo. Não sabia como faria isso. Pensava em ser um cozinheiro de avião”, disse.

Correio do Povo




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