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sexta-feira 22 novembro 2024
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Sartori pretende conversar com bancadas para garantir aprovação de pacote

Governador voltou a destacar que as despesas não cabem dentro da receita do Rio Grande do Sul

Sartori pretende conversar com bancadas para garantir aprovação de pacote | Foto: Luiz Chaves / Palácio Piratini / CP

Sartori pretende conversar com bancadas para garantir aprovação de pacote | Foto: Luiz Chaves / Palácio Piratini / CP

Um dia depois de participar da reunião de governadores com o presidente Michel Temer, em Brasília, o governador José Ivo Sartori falou sobre o pacote de medidas para combater a crise gaúcha e espera por uma atitude da Assembleia Legislativa adequada à realidade financeira do Rio Grande do Sul. Sartori confirmou que irá conversar com líderes e com as bancadas, mas com discrição, tudo para garantir a aprovação das iniciativas do Executivo.

“Nós temos tempo pela frente e nunca interferi em nenhuma bancada, nunca discuti os interesses de qualquer grupo publicamente. Não se faz isso pelo jornal ou pelo rádio. Se faz com responsabilidade coletiva e já fiz isso normalmente quando fui prefeito em Caxias do Sul. Nós entendemos que diferenças existem, mas o Rio Grande do Sul é muito maior do que isso. Já conversamos com organizações partidárias e mostramos a realidade gaúcha. Agora cabe ao legislativo tomar uma atitude”, disse em entrevista nesta quarta-feira à Rádio Guaíba.

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Ao falar sobre o decreto de calamidade, Sartori recordou que desde o primeiro dia de governo deixou claro a real situação do Estado. O governador comentou ainda que sabia que as condições eram ruins, mas não tinha noção da gravidade da crise financeira. “Acredito eu, que nenhum momento da história isso foi feito. Estamos fazendo aquilo que é necessário. Não queremos mostrar apenas aquilo que é difícil, apenas queremos garantir que vamos sair da crise lá na frente. Quem acordou mais cedo foi o Rio Grande do Sul em 2015. Ninguém acreditava nas coisas que falávamos e depois começaram a aparecer outros estados com dificuldades”, acrescentou.

Duodécimo

O Rio de Janeiro, que já começou a enfrentar os primeiros meses de crise, anunciou cortes no duodécimo de servidores e Sartori afirmou que já foi encaminhado para a Assembleia um projeto semelhante. “A nossa ideia é de que ele (duodécimo) esteja dentro da receita corrente líquida efetivada. Não adianta existir no orçamento e não existir o recurso. O que é certo hoje no Rio Grande do Sul é que as nossas despesas não cabem dentro da nossa receita. Já recebemos a solidariedade do Judiciário e de várias organizações, mas agora chegamos ao momento em que é necessário mais do que isso, terá de ser mais repartido. Se existe sacrifício, ele terá de ser para todos”, avisou.

Para Sartori, as iniciativas do governo ao longo de 2015 e 2016 já começam a apresentar alguns resultados positivos. “O Rio Grande do Sul em 45 anos teve apenas sete em que a receita foi maior que a despesa. Foram 38 anos de prejuízo. Hoje, a folha alcança mais de 55% do conjunto da folha destinada aos aposentados. O que estamos fazendo nos permitiu apresentar 1,3 mil soldados para a Brigada Militar, sem contar que vamos chamar os aposentados e dar força para quem está na ativa, até para que possa permanecer mais tempo. Estamos estudando também uma maneira de fazer isso com a Polícia Civil”, explicou.

O governador gaúcho acredita que os sinais de recuperação ainda estão aquém do esperado pela sociedade. Sartori destacou que a agricultura gaúcha pode dar sustentação ao Estado durante o processo de transição. “Tudo que perdemos no combate à inflação terá de ser reconstruído. Não vamos voltar aos patamares da economia que tínhamos em 2013. É uma caminhada longa e vai levar tempo”, argumentou.

Correio do Povo




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