Presidente defendeu escolha do senador como líder no Congresso, apesar de denúncias
Presidente defendeu escolha do senador como líder no Congresso, apesar de denúncias | Foto: Beto Barata / PR / Divulgação CP
O presidente Michel Temer (PMDB) afirmou em entrevista no programa Roda Viva, nesta segunda-feira, que o senador Romero Jucá (PMDB-RR) ainda não teve a morte política e nem civil decretada e que não haveria problema em assumir a liderança do governo no Senado, mesmo após deixar o ministério do Planejamento sob denúncias. “Ele é senador, deixou o governo e não foi demitido. É senador, fez trabalho excepcional. Ainda não teve morte política e nem civil decretada”, enfatizou Temer.
Ele também afirmou que deve deixar o Judiciário exercer o seu papel nas investigações, ao comentar a Operação Lava Jato. Em seguida, o presidente frisou que não tem preocupações em perder seu cargo em razão das investigações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a chapa formada por ele e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014. “Acredito piamente que a figura do presidente da República e do vice são apartadas. As contas são julgadas juntamente e prestadas em apartado”, resumiu.
O presidente evitou cravar se será ou não candidato à reeleição em 2018. Ele afirmou que chegou à presidência da República pelas vias constitucionais, em condições dificílimas, “com um país quase à beira de um precipício econômico”. Em seguida, disse que tomou medidas para a crise e que o sonho dele é trilhar os dois anos e dois meses que ainda restam do governo e ouvir que colocou o país nos trilhos.
Temer disse que quem exerce a Presidência da República tem de fazer aproximação grande com o Congresso, como, segundo ele, foi feita após assumir o cargo. Ele citou vários projetos aprovados na Câmara e no Senado sob o seu comando, como a mudança no déficit primário e a Desvinculação das Receitas da União (DRU), que estava “parada há 10 meses e foi aprovada em um mês e meio na Câmara e no Senado”, entre outras.
O presidente admitiu durante a entrevista ter recebido uma visita do empresário Marcelo Odebrecht, preso na Operação Lava Jato, no Palácio do Jaburu, então sua residência oficial de vice-presidente, durante a campanha de 2014, na qual foi oferecida uma doação de R$ 10 milhões. Temer disse que a doação foi feita para o PMDB e que foi legal, negando os possíveis desvios de recursos ou irregularidades na doação. “Quando pega a contabilidade do PMDB você vê que tem R$ 10 milhões do PMDB. Não há absoluta comprovação de que houve irregularidade na doação”, afirmou.
Temer defendeu uma repactuação federativa que dê mais forças aos Estados e menos ao governo federal. Ele disse que já conversou sobre o tema com a presidente do Superior Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, e emendou: “A grande concentração é da União”.
Em seguida, Temer disse que já estabeleceu o Orçamento do ano que vem levando em conta a PEC do Teto dos Gastos, e admitiu que como os “Estados estão em dificuldade extraordinária, podemos ajudá-los”, citando os R$ 20 bilhões que poderiam sobrar na repactuação feita recentemente.
O presidente afirmou ainda que se fizesse intervenção no Rio, assunto que chegou a ser levantado, mas não discutido, paralisaria o Congresso. “Nossa intenção é auxiliar o Estado do Rio de Janeiro como já fizemos com R$ 2,9 bilhões (para as Olimpíadas)”, opinou. “Vamos auxiliar o Rio de Janeiro e verificar como socorrer outros Estados”, completou.
Correio do Povo