Satélite fica 14% maior e 30% mais brilhante durante fenômeno
Satélite fica 14% maior e 30% mais brilhante durante fenômeno | Foto: Cecilia Rezende / AFP Videográficos / AFP
Milhares de pessoas aclamaram na noite de segunda-feira na Austrália (hora local) o aparecimento da Superlua, um espetáculo mundial inédito em quase 70 anos, em que nosso satélite é visto maior e mais brilhante do que nunca. Gritos de alegria e aplausos tomaram conta da pequena Praia de Bondi, uma das mais famosas de Sydney, onde milhares de pessoas se reuniram, quando a Lua surgiu no céu.
A Superlua é resultado de dois fenômenos astronômicos concomitantes: a fase de Lua cheia e o momento em que o astro, cuja órbita é elíptica, está o mais perto possível da Terra. “Uma Superlua pode ser até 14% maior e 30% mais luminosa que uma Lua cheia no seu apogeu” (posição na sua órbita na que se encontra mais afastada da Terra), segundo a Nasa.
A Lua atingiu seu perigeu, o ponto de órbita mais próximo ao centro do nosso planeta, às 11h22min GMT (9h22min de Brasília) e ficou cheia às 13h52min GMT (11h52min de Brasília). “É muito legal”, disse Aidan Millar-Powell, em referência ao ambiente festivo e comunitário na Praia de Bondi. “As pessoas não costumam se reunir assim em Sydney para ver um fenômeno natural”.
Mais de 18 mil pessoas haviam confirmado presença no evento na praia, anunciado em uma página do Facebook criada especificamente para este fim pelo autor Gavin McCormack. Em Hong Kong, turistas, trabalhadores de escritório e casais lotavam o litoral enquanto a Superlua surgia por trás dos arranha-céus do centro financeiro da cidade. “Nunca vi uma Lua tão grande”, disse Lee Pak-kan. “A Lua é bastante alaranjada, é algo especial”, acrescentou este habitante de Hong Kong. No Japão, o espetáculo foi visível em algumas partes do arquipélago, mas não em Tóquio, onde o céu estava nublado.
Céu nublado
Ao longo do dia, à medida que for anoitecendo, os habitantes de todas as regiões do mundo poderão observar este fenômeno. O espetáculo dependerá, porém, das condições meteorológicas, já que se precisa de um céu limpo para poder observar o fenômeno em toda a sua plenitude. As praias de Bali, a ilha mais turística da Indonésia, também se encheram de gente, e centenas de surfistas esperavam “superondas” no momento da Superlua, devido à influência do astro nas marés.
Na Índia, o fenômeno também era visível em quase todo o país, embora em Nova Délhi, a capital mais poluída do mundo, os habitantes tenham tido dificuldades para observar a Superlua através de uma espessa camada de fumaça que cobre o céu há semanas.
Nesta segunda-feira, a Lua está a “apenas” 356.509 quilômetros da Terra – a distância média é de 384.400 quilômetros. “É necessário remontar a 26 de janeiro de 1948 para ter uma Superlua cuja distância em relação à Terra seja menor” do que essa”, afirma Pascal Descamps, do Observatório de Paris. E teremos que esperar até 25 de novembro de 2034 para que a Lua se aproxime mais de nós, acrescenta. Além disso, “como o sistema Terra/Lua se aproximará da época do ano em que está mais perto do Sol (em 4 de janeiro de 2017), a Lua vai receber mais luz solar do que o habitual, o que também aumentará seu brilho aparente”, de acordo com a Associação Astronômica Irlandesa (IAA).
Observável a partir de todos os lugares (se as condições meteorológicas permitirem, é claro), o show será para todos, visível a olho nu. Mas, com binóculos ou um telescópio, a superfície lunar poderá ser escrutada como nunca. No Brasil, o clima pode prejudicar a observação, visto que a previsão é de chuva e céu nublado em boa parte do país. Em alguns países, como a Tailândia, as autoridades colocaram telescópios à disposição do público em várias cidades.
Em Taiwan, o Museu Astronômico de Taipei instalou vários telescópios no centro da cidade. Muitos amadores entusiastas da observação espacial marcaram de se encontrar na cúpula da Torre 101, um dos arranha-céus mais altos do mundo.
Correio do Povo