Incluir ou reprimir?
Houve um tempo em que tínhamos a fantasia de que um dia os computadores seriam portáteis e que poderíamos fazer milhares de coisas com eles.
Que as grandes obras da literatura e da arte seriam democraticamente disponibilizadas de forma gratuita, através de alguma plataforma que estaria por vir.
Que poderíamos encurtar as distâncias de uma maneira melhor do que fazíamos já com os então BBS, que eram quase tão complicados de usar como enviar um telégrafo sem nenhuma experiência.
Os anos passaram, não mais do que 20 e temos a internet rápida nos telefones móveis, que inundam a nossa vida com seus aplicativos, deixando bem para trás os já empoeirados computadores.
Há pessoas que não tem nem nunca tiveram computador e já iniciaram sua vida tecnológica na palma de suas mãos. São dependentes da informação biodegradável.
Assuntos-relâmpago, ‘trend tops’ e virais.
E ninguém acessa uma biblioteca, uma enciclopédia, um museu digital, salvo as pessoas que viveram antes dessa explosão de baixíssima cultura.
É a era das novas abreviações.
Dos diálogos de três linhas.
Da crítica aos textões.
E sabe por que?
Fácil.
Alegam que toma tempo, mas na verdade, videozões, textões e audiozões podem colocar seu cérebro para funcionar com mais curiosidade.
Podem fazer você questionar essa hipnose em que a humanidade mergulhou.
Não aceite a primeira resposta do Google como sendo a resposta para a sua vida.
Busque respostas mais completas.
Informe-se.
Eduque-se.
Aculture-se.
A vida não depende de um telefone móvel.
Boa quinta
Marcelo Etiene
