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quinta-feira 19 setembro 2024
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Guns N’ Roses contagia fãs em Porto Alegre com solos de Slash

Banda fez show de duas horas e meia na abertura da turnê “Not In This Lifetime” no Brasil

Banda fez show de duas horas e meia na abertura da turnê “Not In This Lifetime” no Brasil | Foto: Júlia Endress / Especial CP

Banda fez show de duas horas e meia na abertura da turnê “Not In This Lifetime” no Brasil | Foto: Júlia Endress / Especial CP

Sob gritos e muitos aplausos, o Guns N’ Roses subiu ao palco do estádio Beira-Rio por volta das 21h25min desta terça-feira. Os quase vinte e cinco minutos de atraso, pouco considerando outras apresentações da banda, aumentaram a euforia da plateia que conferia o pontapé inicial da turnê “Not In This Lifetime” no Brasil.

Deixando os problemas e as desavenças dos últimos 23 anos de lado, Axl Rose, Slash e Duff McKagan começaram o show, histórico justamente pelo reencontro do trio, com “It’s So Easy”, do disco de estreia da banda, “Appetite for Destruction”, de 1988. A sequência teve “Mr. Brownstone”, “Chinese Democracy” e “Welcome to the jungle”, que levantou os cerca de 47 mil presentes, conforme a produção do evento.

O repertório não fugiu muito do que vinha sendo executado nas apresentações pela América do Sul, que iniciaram em Lima, no Peru, no dia 27 de outubro. “Double Talkin’ Jive”,  “Better” e “Estranged” deram tempo para os fãs recuperarem o fôlego, até que os incomparáveis solos de Slash, o grande astro da noite, começaram a aparecer e contagiar os fãs.

Em sua estreia com o Guns na Capital, bastava ele aparecer no telão para arrancar reverências por toda a parte. Um exemplo foi quando o estádio parou para apreciar o quase duelo entre as guitarras dele e de Richard Fortus em “Rocket Queen”.

Mas Axl também se doou: percorreu o palco e repetiu alguns de seus movimentos tradicionais, apesar de toda a potência vocal de antigamente infelizmente não aparecer – mesmo com os esforços do cantor. O som, um tanto abafado durante boa parte da apresentação, não contribuiu para a performance dele, tampouco para a compreensão das poucas palavras ditas nas raras interações com a plateia. O telão, por outro lado, trazia armas, rosas e novas imagens a cada canção, ditando o ritmo das mais clássicas como “You Could Be Mine” ou de baladas como “This I Love”.

“Civil War” agitou o público e manteve o clima embalado para “Coma”, na qual todos os músicos fizeram seus respectivos solos e foram apresentados por Axl. Além do vocalista, de Slash, McKagan e Fortus, completam o time os tecladistas Dizzy Reed e Melissa Reese e o baterista Frank Ferrer – que, contrariando as expectativas dos mais esperançosos, não dividiu o posto com Steven Adler, baterista original do grupo que não está na turnê mas participou de apresentações na Argentina no último final de semana.

E aqui vale um parêntese para destacar que Axl também promoveu um desfile de looks, intercalando camisetas brancas e pretas ao longo da apresentação – e ainda ostentando seu tradicional chapéu de caubói. Sem ficar para trás, bem pelo contrário, Slash brindou o público com diversas guitarras ao longo das duas horas e meia de um diálogo entre as diversas fases do grupo e as homenagens aos ídolos do próprio Guns, resultando em uma divisão de períodos mais calmos e de mais atenção e outros de pura entrega por todos os setores do Beira-Rio.

Voltando ao show, após Slash tocar a introdução de “Speak Softly Love”, da trilha de “O Poderoso Chefão” (um dos tantos solos impecavelmente executados pelo “monstro” da guitarra e responsáveis por tornar a noite tão especial), chegou um dos momentos mais marcantes: “Sweet Child O’ Mine” levou o estádio ao delírio. O público cantou do início ao fim, vivenciando e curtindo algo único e por tanto tempo aguardado.

O verdadeiro duelo de guitarras veio já quando a apresentação se encaminhava para o final, com a melodia de “Wish You Gere Here”, do Pink Floyd. Depois foi a vez de Axl assumir o teclado e puxar a clássica “November Rain” para embalar os fãs, muitos dos quais não conseguiram conter as lágrimas. De onde estivessem, muitos também seguiram cantando com seus celulares em punho, registrando tudo, no cover de “Knockin’ on Heaven’s Door”, de Bob Dylan, tão contagiante quanto qualquer clássico do Guns.

Mais pesada, “Nightrain” foi a escolhida para fechar a primeira parte do show.  E foi rápido, sem dar tempo de pedir por mais músicas, que “Don’t You Cry” abriu o bis acompanhada de um belo e potente coro da plateia.

O clima continuou animado e quente, assim como o da noite que mais parecia de verão. O cover de “The Seeker” foi seguido de “Paradise City”, que fez até os mais distantes darem aquele último gás para dançar sem parar. Para encerrar oficialmente, uma chuva de papel picado coroou este verdadeiro espetáculo com Axl e Slash lado a lado.

Agora, depois desta terceira e inesquecível passagem pela capital gaúcha, a tour continua pelo Brasil. O grupo segue para São Paulo (11 e 12) e ainda percorre Rio de Janeiro (15)  e Curitiba (17) antes de fechar o giro pelo país em Brasília (20).

Correio do Povo




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