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quinta-feira 14 novembro 2024
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Lula contextualiza derrota do PT e avalia que “alternância é normal na democracia”

Presidente salientou preocupação com focos de reforma da previdência e teto dos gastos públicos

Presidente salientou preocupação com focos de reforma da previdência e teto dos gastos públicos | Foto: Heinrich Aikawa / Instituto Lula / CP

Presidente salientou preocupação com focos de reforma da previdência e teto dos gastos públicos | Foto: Heinrich Aikawa / Instituto Lula / CP

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva minimizou a derrota do PT em diversas cidades do país. Segundo ele, o resultado é próprio da democracia, que prevê alternância de poder. “Uma eleição você ganha, outra você perde. Democracia é isso. Se tivesse escrito que o PT não pudesse perder nunca, eu não ia criar um partido político. É uma disputa. Quem perdeu em 2012, ganhou agora. Quem ganhou agora pode perder em 2018. Essa é a beleza da democracia. É a alternância de poder. A troca de pessoas que governam”, destacou.

O ex-presidente participou, na noite dessa terça-feira, do 2º Encontro da Industrial Global Union, que reuniu cerca de 1.500 sindicalistas, de 101 países, no Rio. Ao final do encontro, Lula falou com os jornalistas e comentou também a iniciativa de se fazer reforma na Previdência neste momento. “Toda vez que tem uma crise econômica, as pessoas conservadoras que dirigem o país começam a falar em corte, em perda de direito, em reforma da aposentadoria. Nunca se fala em reforma da aposentadoria quando a economia está crescendo. Somente quando está em crise se fala nisso, como se fosse a aposentadoria a culpa da crise.”

Para o ex-presidente, não é justo equiparar as idades de aposentadoria de homens e mulheres. “Passar para 65 anos, igualando mulher e homem, é esquecer que a mulher às vezes tem tripla jornada de trabalho”.

Teto dos gastos públicos

Lula criticou a possibilidade de votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que limita os gastos públicos nos próximos 20 anos, inclusive em áreas como educação e saúde. “Eu acho que o movimento sindical vai ter uma briga muito séria, porque a PEC 241, que congela investimentos em saúde e educação, é uma coisa seríssima. Porque não é possível melhorar a educação e a saúde sem investimentos.”

Sobre as reformas na legislação trabalhista, Lula disse que algumas coisas podem ser mudadas, mas outras devem permanecer como estão para proteger o trabalhador. “É preciso adequar e modernizar aquilo que já está superado na CLT [Consolidação das Leis do Trabalho], porque ela é de 1943. Pode ter coisa que precisa ser atualizada. O que não se pode prescindir é da proteção que a CLT dá aos chamados setores mais fragilizados do mundo do trabalho, os sindicatos mais fracos, mais pobres. Ela tem que ser mantida.”

Lula se mostrou contrário à privatização de empresas públicas e disse que isto é um problema que deveria incomodar o país. “Deve incomodar ao Brasil. Um governo que acha que só vai resolver os problemas vendendo o que tem é como o marido que fica desempregado e a primeira coisa que faz, ao invés de procurar outro emprego, é propor à mulher vender a cama, vender a geladeira, a televisão.”

Correio do Povo




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