E tudo o que queremos é que algo nos resolva todos os problemas, como que em um passe de mágicas.
Acreditamos que somos realmente merecedores de todas as coisas boas, porque somos pessoas boas. Só que nem sempre.
Já ia tarde, avançar do dia e eu estava sem me alimentar.
Resolvidas as atividades, me pus ao caminho de casa e andando pela rua, parei para tomar um café numa padaria.
Estava lá ao balcão e me chegou um pobre rapaz, com os dentes todos estragados, sujo, vestido com os andrajos que possuía, mas algo me chamou a atenção: ele trazia uma caixinha de jujubas em um dos braços.
Neste braço ele havia colocado uma flanela limpa e oferecia as balas sem tocar nelas.
Muitas das pessoas que ali estavam, comendo e bebendo desatentas, ignoravam o rapaz sumariamente, se virando e dando-lhe as costas antes dele sequer iniciar sua oferta.
Ele não estava pedindo nada.
Oferecia um produto para venda, num preço até razoável.
E era um produto de boa qualidade.
Mas, mesmo que fosse para pedir uma esmola, qual seria seu crime?
Enfim, quando foi a última vez que você ofereceu sua atenção e ajudou alguém com o pouco que para ele seria providencial?
Quantas vezes você praticou algum tipo de prestação ao próximo, sem que isso fosse feito de forma demagoga?
É preciso entender que tudo neste mundo se dá numa relação clara de causa e efeito.
Como você se sente quanto à poder ser ajudado, se for tomar em conta o quanto ofereceu isso?
Se eu o ajudei?
Bem, isso é o que menos importa, não é mesmo?
Boa Quarta feira
Marcelo Etiene