Dirigentes do Ibama e da Agência Nacional das Águas (ANA) estiveram na região e tiveram reuniões tanto com dirigentes da Samarco – e de suas proprietárias, Vale e BHP Billinton – como com o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT). “Como toda aquela área continua descoberta, uma poeira fina continua chegando aos rios e deixando um nível de turbidez muito alta”, disse Marilene. “É diferente do que aconteceu, por exemplo, quando houve o rompimento daquela barragem em Cataguazes (também em Minas, em 2003), em que veio determinado volume de lama, a captação foi interrompida e, depois, a água que veio levou o material embora.”
Os sedimentos depositados nos rios aumentam a turbidez da água, o que a mantém imprópria para o consumo humano. Marilene relatou que ainda não há um prazo para que a contaminação seja interrompida e a captação de água possa voltar. “Estamos discutindo as soluções para isso.”
Em outra linha de ação, as agências do governo devem “iniciar uma campanha de investigação da qualidade da água e dos sedimentos para ter a certeza de que o material de fato é inerte e não oferece nenhum risco para o consumo humano”.
Na vistoria, o Ibama detectou dois problemas imediatos no meio ambiente da região. “São duas grandes questões: alteração ambiental com perda da biodiversidade, o que é caracterizado por aquela grande carga de lama nos rios, matando tudo o que existe de vida e com perda da mata ciliar, e o outro é o lançamento dessa grande carga de sedimentos, tornando a água imprópria. Como atingiu um rio federal, entendemos que cabe ao Ibama aplicar essa penalidade”, continuou Marilene.