Ex-presidente avaliou que Brasil vive um momento de anomalia política
Ex-presidente avaliou que Brasil vive um momento de anomalia política | Foto: Instituto Lula / Divulgação CP
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira que o Brasil vive momento de anomalia política, na qual o que menos importa é a verdade. Falando em uma transmissão ao vivo para um evento em apoio a ele em Nova Iorque, Lula disse que é um homem de consciência “muito tranquila” e não quer privilégios. “Estou triste que o juiz Sergio Moro aceitou a denúnciacontra mim, mesmo sendo uma farsa, uma grande mentira”, enfatizou o ex-presidente. “Mas temos advogados e vamos brigar e vamos continuar lutando.”
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Para Lula, seu julgamento só poderá se realizado com a apresentação de evidências concretas. “Se alguém apresentar uma prova, não estou pedindo duas, apenas uma prova contra mim, quero ser julgado como qualquer cidadão brasileiro. Eu não quero privilégio, eu não quero mentira”, comentou o ex-presidente arrancando aplausos da plateia, que gritava “Lula, guerreiro do povo brasileiro”.
“As coisas estão funcionando de forma tão absurda, que dois dias após o impeachment da presidente Dilma ser votado no Senado eles mudaram a lei”, lembrou o político, mencionando a regra das pedaladas fiscais. “Sou um profundo respeitador da instituição Ministério Público e sou profundo respeitador da tese de todos são iguais perante a lei”, disse Lula.
Ele destacou que um ex-presidente tem que ter o mesmo tratamento que um servente de pedreiro ou um carpinteiro. “Este é o princípio fundamental da minha vida. Mas não posso aceitar o que está acontecendo no Brasil neste instante, onde o que menos importa é a verdade”. Na última semana, disse ele, alguns representantes do MP fizeram “espetáculo de pirotecnia” para mostrar acusações. “Ninguém pode ser julgado por convicção de um promotor.”
“Quero que as pessoas compreendam que fui presidente do Brasil. Talvez eu seja um intruso na história republicana brasileira”, avaliou o ex-presidente, destacando que “talvez não estivesse previsto” um ex-metalúrgico virar presidente do país e fazer transferência de renda. Com esta declaração, Lula arrancou aplausos da plateia, em um restaurante em Manhattan. “Nenhum cidadão do mundo hoje está mais indignado do que eu”, afirmou Lula. Para ele, no Brasil antes, só pobre era preso e é importante que ricos sejam presos, mas desde que haja provas. “Eu duvido que tenha empresário minimamente sério neste país que tenha coragem de dizer que o Lula pediu um dólar para ele”.
Correio do Povo