Marília Pêra recebeu o troféu Oscarito em 2015 | Foto: Halder Ramos / Especial / CPMemória
Com informações do portal R7
A atriz, cantora e diretora Marília Pera morreu neste sábado, no Rio, aos 72 anos. A informação foi dada pela GloboNews. A artista se tratou recentemente de um desgaste ósseo na região lombar.
Em agosto deste ano, Marília Pêra recebeu o troféu Oscarito do Festival de Gramado. Em conversa com a imprensa antes da premiação, ela relembrou momentos da carreira e falou sobre seus planos. Considerou que “nasceu” atriz, visto que seus pais, Dinorah Marzullo Pêra e Manoel Pêra, também atores, a levavam desde cedo para os palcos. “Comecei no teatro com uma tragédia, Medeia”, lembrou. Também foi bailarina, dançando em muitos espetáculos, incluindo teatro de revista. “Quando eu vi, tinha 35 anos e sempre fui atriz. Não podia voltar atrás.”
Marília considerava um marco na sua carreira cinematográfica a participação em “Pixote – A Lei do Mais Fraco” (1980). Apesar de aparecer por cerca de 15 minutos no longa, o papel lhe deu visibilidade que a fez receber prêmios no exterior. “Não foi fácil interpretar uma prostituta da Boca Lixo. Mas eu tinha plena confiança no diretor, o Héctor Babenco”, recordou.
A atriz, que já foi agraciada por duas vezes com o Kikito por “Bar Esperança” (1983) e “Anjos da Noite” (1987), disse que gostaria de fazer mais cinema, mas revelou que a agenda diminuiu porque esteve doente nos últimos dois anos, com desgaste ósseo. Questionada sobre o melhor papel de sua vida, disse que foi o de Carmen Miranda.
Marília Pêra disse na ocasião que amava ser atriz. “É difícil para mim dirigir porque as pessoas não me obedecem”, brincou. Ela contou ainda que não curtia a Internet nem redes sociais. “Adoro ópera”, finalizou.
Carreira
Marília Pêra nasceu em 22 de janeiro de 1943, no Rio de Janeiro, no seio de uma família de artistas, verdadeiros operários do teatro desde o fim dos anos 30.
A estreia de Marília Pêra nos palcos não poderia ser mais precoce. Ela foi embalada no colo de uma atriz, amiga de sua mãe, quando Marília tinha menos de 20 dias de vida.
Aos quatro anos, a atriz já trabalhava na companhia de Henriette Morineau e fez sua estreia em “Medeia”, de Eurípedes, interpretando uma das filhas da personagem principal.
Ainda criança, Marília começou a estudar piano e balé por incentivo do pai que, sabendo das dificuldades da carreira de ator, ainda tentava evitar que a filha seguisse pelo mesmo caminho. Por conta disso, ela chegou a dançar em musicais como “My Fair Lady” (1962), protagonizado por Bibi Ferreira, e “O Teu Cabelo Não Nega” (1963), interpretando um dos papéis que repetiria ao longo da carreira: Carmen Miranda. Também chegou a se apresentar como dançarina na TV Tupi.
O primeiro marido de Marília foi o ator Paulo Cesar da Graça Mello (1940-1969). Do relacionamento, nasceu o primeiro filho da atriz, Ricardo Cesar da Graça Mello, que é ator e músico. Quando se separou, foi contratada pelo diretor Abdon Torres, em 1965, para fazer parte do primeiro elenco da Globo e já começou como protagonista, em Rosinha do Sobrado.
A partir de então, Marília se tornou uma das artistas mais respeitadas do Brasil, passando por várias emissoras. Atuou em “Beto Rockfeller”, na TV Tupi, “Uma Rosa com Amor”, “Malu Mulher”, “Brega & Chique”, “Primo Basílio”, “Rainha da Sucata”, “Meu Bem Querer”, “Os Maias”, entre outras, todas na TV Globo, “O Campeão”, na TV Bandeirantes e, ainda, ‘Mandacaru”, na TV Manchete.
Em “O Primo Basílio”, de 1988, adaptação de Gilberto Braga e Leonor Brassères de Eça de Queiroz, a atriz encarou um dos trabalhos mais difíceis e elogiados de sua carreira, a implacável Juliana.
Marília também colecionou interpretações de personagens icônicos como a já mencionada Carmen Miranda, que voltou a imitar em “A Pequena Notável “(1966), “A Tribute to Carmen Miranda”, no Lincoln Center, em “Nova York” (1975), “A Pêra da Carmen” (2005) e “Marília Pêra Canta Carmen Miranda” (2005). Ela também já encarnou Dalva de Oliveira, Maria Callas, Coco Chanel e Sarah Kubitschek.
No cinema fez filmes de Cacá Diegues como “Dias Melhores Virão” e “Tieta do Agreste”, mas também atuou em “Central do Brasil”, “O Viajante”, “Bar Esperança” e “Polaroides Urbanas”, com o amigo Miguel Falabella.
Marília Pêra também é escritora e diretora de teatros e shows. Desde 2013, atuava no seriado “Pé na Cova”, da Globo, como Darlene. No Carnaval de 2014, ganhou uma homenagem da escola de samba Mocidade Alegre, em São Paulo. O samba-enredo Nos Palcos da Vida… Uma Vida no Palco: Marília rendeu o vice-campeonato para a agremiação paulistana, que só perdeu para a Vai-Vai, que no mesmo ano homenageava a cantora Elis Regina.
A atriz também é mãe de Esperança e Nina Morena, que são frutos do segundo casamento, com o jornalista e compositor Nelson Motta. Desde 1998 estava casada com o economista Bruno Faria.
A atriz, cantora e diretora Marília Pera morreu neste sábado, no Rio, aos 72 anos. A informação foi dada pela GloboNews. A artista se tratou recentemente de um desgaste ósseo na região lombar.
Em agosto deste ano, Marília Pêra recebeu o troféu Oscarito do Festival de Gramado. Em conversa com a imprensa antes da premiação, ela relembrou momentos da carreira e falou sobre seus planos. Considerou que “nasceu” atriz, visto que seus pais, Dinorah Marzullo Pêra e Manoel Pêra, também atores, a levavam desde cedo para os palcos. “Comecei no teatro com uma tragédia, Medeia”, lembrou. Também foi bailarina, dançando em muitos espetáculos, incluindo teatro de revista. “Quando eu vi, tinha 35 anos e sempre fui atriz. Não podia voltar atrás.”
Marília considerava um marco na sua carreira cinematográfica a participação em “Pixote – A Lei do Mais Fraco” (1980). Apesar de aparecer por cerca de 15 minutos no longa, o papel lhe deu visibilidade que a fez receber prêmios no exterior. “Não foi fácil interpretar uma prostituta da Boca Lixo. Mas eu tinha plena confiança no diretor, o Héctor Babenco”, recordou.
A atriz, que já foi agraciada por duas vezes com o Kikito por “Bar Esperança” (1983) e “Anjos da Noite” (1987), disse que gostaria de fazer mais cinema, mas revelou que a agenda diminuiu porque esteve doente nos últimos dois anos, com desgaste ósseo. Questionada sobre o melhor papel de sua vida, disse que foi o de Carmen Miranda.
Marília Pêra disse na ocasião que amava ser atriz. “É difícil para mim dirigir porque as pessoas não me obedecem”, brincou. Ela contou ainda que não curtia a Internet nem redes sociais. “Adoro ópera”, finalizou.
Carreira
Marília Pêra nasceu em 22 de janeiro de 1943, no Rio de Janeiro, no seio de uma família de artistas, verdadeiros operários do teatro desde o fim dos anos 30.
A estreia de Marília Pêra nos palcos não poderia ser mais precoce. Ela foi embalada no colo de uma atriz, amiga de sua mãe, quando Marília tinha menos de 20 dias de vida.
Aos quatro anos, a atriz já trabalhava na companhia de Henriette Morineau e fez sua estreia em “Medeia”, de Eurípedes, interpretando uma das filhas da personagem principal.
Ainda criança, Marília começou a estudar piano e balé por incentivo do pai que, sabendo das dificuldades da carreira de ator, ainda tentava evitar que a filha seguisse pelo mesmo caminho. Por conta disso, ela chegou a dançar em musicais como “My Fair Lady” (1962), protagonizado por Bibi Ferreira, e “O Teu Cabelo Não Nega” (1963), interpretando um dos papéis que repetiria ao longo da carreira: Carmen Miranda. Também chegou a se apresentar como dançarina na TV Tupi.
O primeiro marido de Marília foi o ator Paulo Cesar da Graça Mello (1940-1969). Do relacionamento, nasceu o primeiro filho da atriz, Ricardo Cesar da Graça Mello, que é ator e músico. Quando se separou, foi contratada pelo diretor Abdon Torres, em 1965, para fazer parte do primeiro elenco da Globo e já começou como protagonista, em Rosinha do Sobrado.
A partir de então, Marília se tornou uma das artistas mais respeitadas do Brasil, passando por várias emissoras. Atuou em “Beto Rockfeller”, na TV Tupi, “Uma Rosa com Amor”, “Malu Mulher”, “Brega & Chique”, “Primo Basílio”, “Rainha da Sucata”, “Meu Bem Querer”, “Os Maias”, entre outras, todas na TV Globo, “O Campeão”, na TV Bandeirantes e, ainda, ‘Mandacaru”, na TV Manchete.
Em “O Primo Basílio”, de 1988, adaptação de Gilberto Braga e Leonor Brassères de Eça de Queiroz, a atriz encarou um dos trabalhos mais difíceis e elogiados de sua carreira, a implacável Juliana.
Marília também colecionou interpretações de personagens icônicos como a já mencionada Carmen Miranda, que voltou a imitar em “A Pequena Notável “(1966), “A Tribute to Carmen Miranda”, no Lincoln Center, em “Nova York” (1975), “A Pêra da Carmen” (2005) e “Marília Pêra Canta Carmen Miranda” (2005). Ela também já encarnou Dalva de Oliveira, Maria Callas, Coco Chanel e Sarah Kubitschek.
No cinema fez filmes de Cacá Diegues como “Dias Melhores Virão” e “Tieta do Agreste”, mas também atuou em “Central do Brasil”, “O Viajante”, “Bar Esperança” e “Polaroides Urbanas”, com o amigo Miguel Falabella.
Marília Pêra também é escritora e diretora de teatros e shows. Desde 2013, atuava no seriado “Pé na Cova”, da Globo, como Darlene. No Carnaval de 2014, ganhou uma homenagem da escola de samba Mocidade Alegre, em São Paulo. O samba-enredo Nos Palcos da Vida… Uma Vida no Palco: Marília rendeu o vice-campeonato para a agremiação paulistana, que só perdeu para a Vai-Vai, que no mesmo ano homenageava a cantora Elis Regina.
A atriz também é mãe de Esperança e Nina Morena, que são frutos do segundo casamento, com o jornalista e compositor Nelson Motta. Desde 1998 estava casada com o economista Bruno Faria.
Fonte: Correio do P