Quando um diálogo se torna complicado, é como um rio que deixa de ser navegável.
É preciso desobstruí-lo ou procurar um outro caminho – no caso, outra forma de dialogar.
Há vezes em que nos preparamos para uma conversa como quem se prepara para uma batalha.
Virtualmente, mentalmente, nos “armamos até os dentes”, ou seja, trazemos os nossos medos potencializados, sentimentos de rancor e raiva de situações passadas e “carregamos nas tintas” das respostas, transformando a bela sinceridade na mais horrenda franqueza.
E assim que a primeira palavra que nos sirva de gatilho é proferida, lançamos todos esses expedientes sofridos e transformamos o diálogo numa discussão infrutífera e tudo que poderia edificar termina por ruir e desaba em meio aos insultos que podem terminar surgindo de ambas as partes.
Diálogo significa ‘passagem’, ou seja, uma transição entre uma e outra ou outras pessoas, dentro de uma mesma lógica, de um entendimento único. Parte-se desse princípio para que se estabeleça ao menos que se buscará o entendimento, mas caso os pontos-de-vista divirjam, não veja isso como incompatibilidade, apenas como uma referência de um assunto que deverá ser ponderado e superado por ambos.
Uma conversa não é um exercício punitivo, mas antes de tudo, uma prática prazerosa de afinidades.
Boa sexta.
Marcelo Etiene