A fatalidade aconteceu na noite de ontem (28) no Centro, em Palmeira das Missões.
A professora Claudete Amorin, 42 anos, faleceu após um ataque de septicemia.
Dete, como era popularmente conhecida, era professora de Artesanato da escola Estadual Presidente João Goulart (Ciep) e coordenadora do Pronatec.
Era solteira e não tinha filhos. Através do Facebook, parentes e amigos deixaram mensagens de pesar à família, além de lamentar a perda de uma grande pessoa e uma excelente profissional.
O corpo está sendo velado na Funerária San Diego, no Centro da cidade. O sepultamento ocorre ás 14 horas, no cemitério municipal.
O que é septicemia?
Sepse pode ser definida como a repercussão ou manifestação sistêmica de uma infecção. Isso significa que a partir de um foco infeccioso, por exemplo, uma infecção urinária ou uma pneumonia, todo o corpo fica comprometido.
Isso pode acontecer por disseminação da infecção, que alcança o sangue e a partir dele os diferentes órgãos (daí os termos septicemia, infecção disseminada ou até envenenamento do sangue) ou pela própria resposta inflamatória do nosso organismo.
O paciente apresenta calafrios, o coração bate mais rápido e a respiração fica mais difícil. Órgãos distantes da infecção inicial passam ter as funções comprometidas, até que, numa situação extrema o paciente apresenta importante queda de pressão (choque séptico).
Fica claro, portanto, que à medida que a doença avança aumenta muito a chance de o paciente não sobreviver ao tratamento e aqui temos um importante aspecto: o tempo. Diagnóstico e tratamento precoces salvam vidas. Diagnóstico e tratamento tardios tornam-se ineficazes. Na sepse, como no infarto ou no acidente vascular cerebral (ou derrame), tempo é vida.
A sepse ocorre com elevada frequência em diferentes partes do mundo. Nos Estados Unidos estima-se um milhão de casos por ano, acometendo de forma especial a população mais idosa. Um estudo com Unidades de Terapias Intensivas (UTIs) de 75 países mostrou que metade dos pacientes sob cuidados intensivos apresentava infecção.
No Brasil, há uma estimativa de cerca de 400 mil casos anuais de sepse. Para diminuir o número de pessoas que morrem com sepse é importante preveni-la e, uma vez que ela aconteça, que o diagnóstico e o tratamento sejam feitos o mais rápido possível. Para isso precisamos trabalhar com o público leigo, divulgar os sinais de alerta para sepse (suspeita de infecção e febre, calafrios, coração batendo rápido ou cansaço para respirar) para que os familiares procurem auxílio médico.
Reinaldo Salomão (Professor titular de infectologia na Escola Paulista de Medicina e presidente do Instituto Latino-Americano de Sepse – ILAS)
Por Pedro Niácome, Tribuna da Produção
Foto: Arquivo Pessoal/Dete Amorin