Departamento insiste que análise de amostras garante abastecimento próprio para o consumo
Foto: Laira Sampaio / CP Memória
Diretores e técnicos do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) estiveram reunidos, nesta terça-feira, com servidores da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam), da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal da Saúde. O acordo formalizou um grupo de trabalho que já vinha atuando, desde a semana passada, com o objetivo de identificar os elementos ou compostos que alteraram o gosto e o cheiro da água distribuída pelo Dmae em algumas regiões da cidade, há cerca de 15 dias. Ainda não há uma resposta concreta, porém, para o problema.
“Desde o início desse processo, tratamos primeiro de reforçar os cuidados habituais que temos com a qualidade da água que distribuimos. Apesar de reconhecer e lamentar o desconforto dessas alterações de odor e sabor, tratamos de informar e garantir que a água continua potável e não oferece risco à saúde. A seguir, conscientes de que o problema estava fora do Dmae, fomos em busca dos órgãos ambientais para somar esforços em busca da identificação do problema. É nisso que continuamos trabalhando”, explica o diretor-geral do Dmae, Antônio Elisandro de Oliveira.
Embora as manifestações tenham surgido em diversos pontos da cidade, exceto na região das ilhas, os relatos mais agudos vieram da zona central e especialmente na zona Norte. Por isso, os trabalhos de investigação e análise estão concentrados, sobretudo, em numa área que vai do Cais Navegantes até as proximidades da Arena do Grêmio. É nessa região que estão as captações das estações Moinhos de Vento (abastece o Centro Histórico) e São João (abastece a zona Norte).
O Instituto de Química da Ufrgs ampliou o trabalho feito nos laboratórios do Dmae e já identificou muitos compostos presentes na água, o que dificulta o processo de análise específica do que está provocando as alterações. Em paralelo, Smam e Fepam fazem o monitoramento do Guaíba, principalmente em torno dos pontos de captação do Dmae, fiscalizando empreendimentos na orla em busca de um possível ponto de poluição.
Por enquanto, mesmo sem a identificação das causas, já podem ser descartadas várias hipóteses, conforme o Dmae. O órgão garante que o padrão de potabilidade está mantido, especialmente do ponto de vista microbiológico. Não se trata, ainda, de proliferação de algas, como em anos anteriores. As análises toxicológicas deram negativo para essa hipótese.
Também nada foi constatado referente à presença de nutrientes. A Fepam ainda espera laudos e o Instituto de Química garante que os compostos detectados estão em uma concentração muito baixa, o que explica as alterações de gosto e odor sem interferir nos padrões de potabilidade.
Correio do Povo