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segunda-feira 6 janeiro 2025
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𝐀𝐜𝐮𝐬𝐚𝐝𝐨𝐬 𝐩𝐞𝐥𝐚 𝐦𝐨𝐫𝐭𝐞 𝐝𝐚 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐚𝐝𝐨𝐫𝐚 𝐒𝐚𝐧𝐝𝐫𝐚 𝐓𝐫𝐞𝐧𝐭𝐢𝐧 𝐢𝐫𝐚̃𝐨 𝐚 𝐣𝐮́𝐫𝐢 𝐞𝐦 𝐟𝐞𝐯𝐞𝐫𝐞𝐢𝐫𝐨.

Pode ser uma imagem de 1 pessoa𝐀𝐜𝐮𝐬𝐚𝐝𝐨𝐬 𝐩𝐞𝐥𝐚 𝐦𝐨𝐫𝐭𝐞 𝐝𝐚 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐚𝐝𝐨𝐫𝐚 𝐒𝐚𝐧𝐝𝐫𝐚 𝐓𝐫𝐞𝐧𝐭𝐢𝐧 𝐢𝐫𝐚̃𝐨 𝐚 𝐣𝐮́𝐫𝐢 𝐞𝐦 𝐟𝐞𝐯𝐞𝐫𝐞𝐢𝐫𝐨.
Prestes a completar sete anos de seu desaparecimento, registrado em 30 de janeiro de 2018, foi marcado para o dia 27 de fevereiro, às 9 horas, no salão do Juri de Palmeira das Missões, o julgamento dos acusados pela morte e ocultação do cadáver da contadora de Boa Vista das Missões, Sandra Mara Lovis Trentin.
Vão a júri o ex-vereador e marido de Sandra, Paulo Ivan Baptista Landfeldt, acusado como mandante do crime, e Ismael Bonetto, apontado como executor.
Os dois estão presos e negam envolvimento no homicídio.
Segundo a denúncia do Ministério Público (MP), o então vereador de Boa Vista das Missões teria contratado Bonetto e outros executores – não identificados pela investigação – para assassinar a vítima. O crime teria sido planejado por Landfeldt, conforme a acusação, para se livrar da esposa, em razão de problemas no relacionamento e de um caso extraconjugal.
De acordo com o MP, o réu não queria precisar dividir o patrimônio do casal, numa eventual separação. Além disso, a acusação sustenta que Sandra tinha conhecimento do envolvimento do marido em atos ilícitos, irregularidade e improbidade administrativa, em Boa Vista das Missões, e poderia levar isso ao conhecimento das autoridades.
O político teria prometido o pagamento de R$ 40 mil para Bonetto, pelo assassinato e sumiço da mulher. Segundo a denúncia do MP, em razão disso, Bonetto e os demais executores renderam Sandra, com armas de fogo, levaram a vítima até local ermo, onde ela foi assassinada.
Inicialmente, o corpo teria sido escondido em matagais no interior do município de Vicente Dutra.
Depois disso, conforme narrado na denúncia, após a prisão de Bonetto pela Polícia Civil, temendo o risco de ser delatado, o marido teria removido o corpo de Sandra, com auxílio de outras pessoas, não identificadas, até uma cova rasa, às margens da BR-285.
No mesmo local, foi deixada uma sacola, contendo cartões bancários, documentos e pertences da vítima.
𝐂𝐨𝐦𝐨 𝐭𝐮𝐝𝐨 𝐚𝐜𝐨𝐧𝐭𝐞𝐜𝐞𝐮
Sandra Mara saiu da casa onde residia com o marido e três filhas, de 16, 11 e cinco anos na época, em Boa Vista das Missões, na manhã de 30 de janeiro de 2018.
A contadora pegou a caminhonete que estava na residência do cunhado, passou no escritório de contabilidade, na mesma rua, e, por volta das 7h30min, seguiu para Palmeira das Missões.
Sandra Mara chegou a passar na Junta Comercial, no centro da cidade vizinha.
Depois disso, circulou pelas ruas da área central da cidade e estacionou na Rua Rio Branco, ao lado de um CTG. A partir dali, não foi mais vista.
Dentro do veículo, foram achados dois chips e o cartão de memória do celular, a bolsa dela, um par de sapatilhas, dinheiro e diversos papéis do escritório.
A família percebeu o sumiço do celular e da carteira de habilitação.
O mistério sobre o sumiço de Sandra gerou mobilização, até a morte dela ser confirmada, com a localização dos restos mortais, um ano depois.
A ossada foi achada no limite com o município de Condor, a cerca de 40 quilômetros de onde a contadora sumiu, numa área de mata, quase um ano depois em janeiro de 2019. Na mesma cova rasa, estavam pertences da contadora, como cartões bancários.
A análise da arcada dentária confirmou que os restos mortais eram da vítima.
Landfeldt foi preso antes mesmo de o corpo da esposa ser encontrado.
Foi detido após Ismael Bonetto ser preso em Lages, Santa Catarina, e confessar à polícia ter matado a contadora a mando do então político.
Na época, segundo a polícia, Bonetto admitiu ter sido pago para interceptar a vítima e executá-la. Para o Ministério Público, o então vereador prometeu ao executor o pagamento de R$ 40 mil para assassinar Sandra Mara a tiros e esconder o corpo.
Inicialmente, Bonetto confessou ter assassinado a contadora com um tiro no peito e enterrado o corpo em Vicente Dutra (a 65 quilômetros de Boa Vista das Missões).
Uma semana depois, voltou atrás e disse que havia mentido.
O ex-vereador alega que foi procurado por Bonetto, que afirmava pertencer a uma facção e saber o paradeiro de Sandra. Para isso, teria exigido pagamento em dinheiro.
O marido chegou a registrar essa suposta extorsão numa ocorrência na polícia e, logo depois, Bonetto acabou preso.
Quando o investigado apresentou a versão sobre quem seria o mandante, Landfeldt também teve a prisão preventiva decretada.
No entendimento da acusação, o crime teria sido cometido para que o marido pudesse ficar com os bens da família e assumisse outra relação, sem que houvesse separação, já que o casal viveria um relacionamento conturbado.
A causa da morte de Sandra não pôde ser apontada com precisão, em razão do tempo transcorrido entre o óbito e a localização da ossada.
Segundo o Ministério Público, a possibilidade de morte por disparo de arma de fogo não foi descartada pelos peritos.
No entanto, não foi encontrado nenhum projétil na cova e nos restos mortais.
✍ Susi Cristo, com inf. GZH



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