O delegado-geral de Santa Catarina, Paulo Koerich, disse que a Polícia catarinense recebeu auxílio e informações importantes de muitos órgãos, inclusive internacionais, como a Embaixada Norte-Americana no Brasil. Foi possível identificar outras pessoas com pensamentos semelhantes, possibilitando até alertar outros estados da Federação. Não há, no entanto, ligação com o caso de Saudades. Esses estados realizam investigações próprias.

O delegado Jerônimo Marçal Ferreira, responsável pela investigação, declarou que o autor “agiu sozinho” e que “não há qualquer indicativo de que alguém tenha auxiliado” no planejamento. Disse que o jovem de 18 anos tentou comprar arma de fogo por algumas vezes, porém não conseguiu. Então, adquiriu a faca (assim a Polícia definiu) pela internet. Essa arma chegou em sua residência cinco dias antes do ataque.

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Através da perícia em equipamentos apreendidos foi possível perceber que ele tinha acesso a muitos conteúdos inapropriados e mantinha contato com pessoas com perfis parecidos, sem, no entanto, tem planejado conjuntamente o ataque, nem ter recebido ajuda de outras pessoas. Conforme o delegado Jerônimo, o rapaz estava a cada dia mais recluso e alimentava um ódio dentro de si, não específico a algum grupo, mas que externou esse ódio no ataque.  Era uma pessoa muito isolada e tinha dificuldade de relacionamento, em um “nível muito acima do normal”, segundo o delegado Jerônimo. “Foi se isolando cada vez mais no mundo dele, se isolando do nosso mundo, e ele entrou num mundo em que ele começou a ter contato com muito material violento…e pessoas que pensavam parecido com ele…E ele começou a alimentar esse ódio dentro dele nos últimos meses”.

O local do ataque, de acordo com a Polícia Civil, só foi definido após ter recebido a arma pela internet. Ele teria pensado em atacar pessoas próximas e acabou optando pela creche em decorrência da “fragilidade das vítimas”. Jerônimo Marçal Ferreira afirmou que durante o interrogatório do acusado foi possível identificar que ele estava consciente do quem fez. “Ele tem, sim, que ser responsabilizado pelos crimes graves, cruéis”, expressou o delegado. O acusado admitiu que agiu sozinho e fez todo o planejamento. A intenção seria matar o maior número possível de pessoas..

Já o delegado regional, Ricardo Casagrande, ressaltou que a entrevista coletiva serviu para falar sobre o caso e também para alertar que outras pessoas têm perfis semelhantes e pensam de forma parecida. Mesmo não tendo relação com o caso de Saudades, o alerta serve para que as polícias de outros estados possam investigar e até evitar fatos parecidos. Toda a extração de dados dos equipamentos apreendidos foi concluída.

Fabiano Kipper Mai, de 18 anos, foi indiciado por cinco (05) homicídios triplamente qualificados e uma tentativa de homicídio, também triplamente qualificado. Como tentou o suicídio após o ataque, ficou internado e, tão logo teve alta hospitalar, foi encaminhado ao Presídio Regional de Chapecó, pois está preso preventivamente.