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sexta-feira 26 abril 2024
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Números de casos confirmados de sarampo no país passa de 800

Amazonas lidera a lista dos estados com mais ocorrências da doença

O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira que o número de casos confirmados de sarampo no País em 2018 chegou a 822. O balanço do último dia 18 indicava 667 ocorrências. Até o momento foram registrados cinco óbitos e o estado do Amazonas lidera o número de casos (519). Roraima é o segundo com 272 casos. Casos considerados isolados foram confirmados em São Paulo (1), no Rio de Janeiro (14), no Rio Grande do Sul (13), em Rondônia (1) e no Pará (2). Ambos os estados têm ainda 3.831 casos em investigação.

O levantamento foi apresentado pelo ministro Gilberto Occhi durante o lançamento da a Campanha Nacional de Vacinação contra o sarampo e a poliomielite. O mutirão tem como foco crianças com mais de 1 ano e menores de 5 e vai ocorrer entre os dias 6 e 31 de agosto. A meta é vacinar no país mais de 11,2 milhões de crianças.

“Os casos de sarampo e de pólio foram banidos das doenças existentes no Brasil há alguns e houve a queda da cobertura vacinal. As possíveis causas da diminuição são o sucesso da vacina, que faz com que as doenças despareçam, o desconhecimento individual sobre o benefício dela e o horário de funcionamento das unidades de vacinação, que é incompatível com as atividades das famílias. O quarto item são as notícias falsas. No Brasil, temos 822 casos de contaminação por sarampo e não podemos deixar que ocorra uma contaminação maior por essa doença. Já foram confirmados cinco óbitos”, disse o ministro. Não foram registrados novos casos de sarampo nos anos de 2016 e 2017 no Brasil. No momento, há ainda 3.831 casos da doença em investigação.

Já casos de poliomielite não são registrados desde 1989. “Na pólio, no mundo inteiro, estamos identificando três países que ainda têm a doença: Afeganistão, Nigéria e Paquistão. Não temos a identificação da circulação da doença no Brasil, mas temos baixa cobertura vacinal,. Vacinar é importante”, ainda segundo o ministro.

O objetivo é imunizar 95% do público-alvo da campanha. Durante a apresentação, Occhi mostrou que, em 2011, a cobertura da vacina contra a poliomielite era de 101,3% e caiu para 78,4% em 2017. No caso da primeira dose da vacina contra o sarampo, o número passou de 102,3% (2011) para 85,2% (2017). A segunda dose passou de 92,8% (2014) para 69,9% (2017).

De acordo com o ministério, os dois surtos identificados no Norte e os demais casos no Sul e Sudeste estão relacionados à importação, já que foi comprovado que o vírus que circula no Brasil é o mesmo da Venezuela. “Cabe esclarecer que as medidas de bloqueio de vacinação, mesmo em casos suspeitos, estão sendo realizadas em todos os estados”, destacou o Ministério da Saúde, por meio de nota.

vacina

A dose contra o sarampo é ofertada gratuitamente por meio da vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) e da tetra viral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela). Ambas fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação e estão disponíveis ao longo de todo o ano nos postos de saúdes.

Neste momento, o ministério está intensificando a vacinação entre crianças, público mais suscetível à doença. A indicação é que elas recebam uma dose da tríplice viral aos 12 meses e uma da tetra viral aos 15 meses. Crianças entre 5 e 9 anos que não foram vacinadas anteriormente devem receber duas doses da tríplice viral, com intervalo de 30 dias entre elas.

Mesmo crianças que já tomaram as doses das vacinas contra sarampo e poliomielite vão precisar participar da ação. “É o momento de chamar todas as crianças, criar uma barreira sanitária e corrigir possíveis falhas vacinais porque as crianças podem não responder ao esquema, e dar um reforço adicional corrige essas falhas. Não tem um risco de a criança ficar sobrecarregada”, explica Carla Domingues, coordenadora-geral do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Segundo Carla, não existe um intervalo mínimo entre as doses da vacina contra a poliomielite. No caso do sarampo, não deve tomar a vacina quem recebeu o imunizante nos últimos 30 dias. A segunda dose contra o sarampo deve ser tomada seguindo a rotina de imunização, com um intervalo de três meses entre as doses. O investimento para a campanha foi de R$ 160,7 milhões para a aquisição de 28,3 milhões de doses das vacinas.

Adultos não vacinados devem receber a vacina prioritariamente em locais onde há surto da doença, como Roraima e Manaus. Pessoas que já completaram o esquema vacinal não precisam se vacinar novamente.

Campanha

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e o Sarampo será de 6 a 31 de agosto, com o chamado Dia D de Mobilização Nacional agendado para 18 de agosto. Todas as crianças com idade entre 1 ano e menores de 5 anos devem ser levadas aos postos de saúde – mesmo que já tenham sido imunizadas anteriormente.

Américas

A região das Américas foi a primeira em todo o mundo a ser declarada, em 2016, como livre do sarampo. A doença pode causar graves problemas de saúde, como pneumonia, cegueira, inflamação do cérebro e até mesmo a morte. A Opas alertou que, até que o vírus seja erradicado em todo o mundo, há sempre o risco de um país ou continente registrar casos importados.

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O esquema vacinal para poliomielite é composto por três doses administradas aos 2, 4 e 6 meses, sendo necessários dois reforços aos 15 meses e aos 4 anos de idade. Já a imunização contra o sarampo é feita por meio da vacina tríplice viral, que protege também contra rubéola e caxumba. O cronograma é de uma dose aos 12 meses, com um reforço aos 15 meses.

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Alerta

Em junho, o Ministério da Saúde fez um alerta sobre o risco de retorno da poliomielite em ao menos 312 cidades brasileiras, das quais 44 estão no estado de São Paulo, com base na baixa cobertura vacinal registrada nesses locais – que não chegou a 50%, quando a meta é 95%.

Em 2017, pelo menos 800 mil crianças estavam sem o esquema completo de vacinação, composto por três doses do imunizante. Dados divulgados pelo Unicef e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que as taxas de vacinação aumentam no mundo, mas caem no Brasil há três anos

Correio do Povo




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