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quinta-feira 18 abril 2024
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Equipes de Tarso e Sartori travam batalha de números

Déficit do Estado poderá chegar a R$ 5 bilhões em 2015, diz futuro secretário da Fazenda

Equipes de Tarso e Sartori travam batalha de números | Foto: Paulo Nunes

            Equipes de Tarso e Sartori travam batalha de números | Foto: Paulo Nunes
Às vésperas da troca de governo, as equipes de Tarso Genro (PT) e José Ivo Sartori (PMDB) travam uma batalha de dados, divulgando números e informações divergentes. O futuro titular da Fazenda, deputado Giovani Feltes (PMDB), confirma o contingenciamento de cargos em comissão e dos gastos públicos, que atingirá fornecedores, e repete que o déficit do Estado poderá chegar a R$ 5 bilhões em 2015. “Nossas estimativas tomam por base a forma como está composto o orçamento. Há mais de R$ 1 bilhão previsto de receita extraorçamentária. E outro tanto de empréstimos. Não temos certeza sobre se esses recursos vão de fato chegar. De outro lado, temos que verificar o que vai ficar de restos a pagar, de empenhos anulados, de repasses não feitos. Então, estimamos em R$ 5,3 bilhões”, declarou Feltes.

O atual secretário da Fazenda, Odir Tonollier, diz que o futuro governo “pinta” um cenário de crise que não existe. “É discurso estratégico, de disputa, e que, ao mesmo tempo, torna mais fácil governar. O secretariado é político, com muitas demandas das bases, então o governador diz não ter recurso para nada.” Segundo Tonollier, o RS fechará 2014 com déficit de R$ 1,5 bilhão, cifra que pode se repetir em 2015. Os números apresentados por ele são de uma arrecadação de R$ 40,7 bilhões em 2014, ante R$ 42,2 bilhões de despesa. “O gasto com pessoal (incluídos todos os poderes, aposentados e pensionistas), nossa maior despesa, é de R$ 21,7 bilhões. Temos 148 mil vínculos ativos, 141 mil inativos e 48 mil pensionistas. Além disso, muito do que é atribuído a custeio é gasto em saúde. Não é custeio burocrático. Isso não há como reduzir.”
Questionado a respeito de quando devem ser formalizados os cortes de despesas e cargos prometidos por Sartori, o futuro chefe da Casa Civil, deputado Márcio Biolchi (PMDB), afirma que ocorrerão gradativamente e justifica que a equipe do novo governo trabalha sobre dados preliminares, muitos deles oriundos do Portal Transparência. Tonollier, contudo, diz que Sartori e seus secretários têm conhecimento da situação concreta porque receberam todos os números disponíveis. Na semana passada, Biolchi informou que as mudanças na estrutura administrativa do governo possibilitarão redução de 30% nos gastos do Executivo. “Isso não é factível, de forma alguma. Se fizerem isso, fecham o Estado”, rebate Tonnolier.
Também em relação a projetos, recursos disponíveis e financiamentos há entendimentos diversos. Feltes destaca que, apesar da abertura do novo espaço fiscal possibilitado pela renegociação da dívida, “não é possível contrair financiamentos de uma hora para outra, não é assim que acontece. Isso tem todo um processo”. “Nem tudo que está brilhando é ouro. O governador Tarso fala que está tudo bem, que sobram aí recursos para investimentos. Onde é que eles estão?”, questiona o futuro líder do governo na Assembleia, deputado Alexandre Postal (PMDB).
O atual titular do Planejamento, João Motta, rebate. Diz que há mais de R$ 5 bilhões para investimento em diferentes áreas no Estado e que projetos que beneficiam a região Metropolitana, como PAC Mobilidade Grandes Cidades, Pacto da Mobilidade e metrô, estão com as portarias publicadas. “Há 15 dias representantes do Banco Mundial detalharam em Porto Alegre os procedimentos necessários para o repasse dos recursos pleiteados, já que há prazos a cumprir. A equipe do futuro governo agradeceu e respondeu que tratará do assunto a partir de janeiro”, conta.
Fonte Correio do Povo.




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