O deputado peemedebista é acusado em representação do PSOL e da Rede Sustentabilidade de ter mentido para os integrantes da CPI. Na ocasião, Cunha negou que tivesse contas bancárias no exterior. Segundo a Procuradoria-Geral da República, no entanto, Cunha seria beneficiário de quatro contas bancárias na Suíça.
Aos jornalistas, o presidente da Câmara disse não ter preferência por nenhum relator sorteado na tarde desta terça-feira. Amanhã, o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), deve decidir entre os deputados Zé Geraldo (PT-PA), Vinícius Gurgel (PR-AP) e Fausto Pinato (PRB-SP). “Não tenho que contestar, não tenho de falar nada, tenho de me defender”, declarou Cunha.
Araújo afirmou que o presidente da Câmara será tratado como qualquer outro parlamentar durante o julgamento do pedido de cassação de seu mandato apresentado por PSOL e Rede Sustentabilidade.
Defesa
Cunha pretende se reunir com advogados na quarta-feira para formatar sua defesa na Câmara dos Deputados, mas adiantou que a atuação dos advogados será diferente da que está em andamento no Supremo Tribunal Federal. Ele desconversou sobre a possibilidade de antecipar sua defesa no colegiado. “Talvez sim, talvez não, ainda não pensei sobre isso”, afirmou o peemedebista.
Questionado sobre a permanência no cargo mesmo com um processo que pode culminar com a cassação de seu mandato, o deputado peemedebista disse não ver “nenhum problema” na situação. Pela primeira vez em sua história, o colegiado vai instaurar um processo por quebra de decoro parlamentar contra um presidente da Casa no exercício do mandato.
O Ministério Público pediu ao Supremo Tribunal Federal inquérito para apurar se as contas na Suíça foram abastecidas com propina do esquema de corrupção da Petrobras investigado na Operação Lava Jato.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou em agosto passado ao Supremo Tribunal Federal denúncia contra o presidente da Câmara dos Deputados por suposto envolvimento no esquema instalado na estatal petrolífera. Ele também é alvo de inquérito no STF.
Impeachment
Sobre os pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff, Eduardo Cunha voltou a dizer nesta terça que vai procurar ser célere na apreciação dos requerimentos relativos ao afastamento da presidente da República do cargo, mas não adiantou quando vai deliberar sobre o caso.
O presidente da Câmara dos Deputados afirmou que optou pelo silêncio sobre o assunto para não alimentar o que chamou de “fofocalhada”. “Ficar especulando sobre isso não faz bem a ninguém. Pretendo decidir tão célere quanto a minha convicção permitir. Quando fizer, vocês vão saber”, declarou Eduardo Cunha nesta terça.